ATA DA OCTOGÉSIMA SEGUNDA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 17-9-2009.

 


Aos dezessete dias do mês de setembro do ano de dois mil e nove, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, respondida pelos Vereadores Airto Ferronato, Carlos Todeschini, Dr. Raul, Dr. Thiago Duarte, Fernanda Melchionna, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, Maria Celeste, Mauro Pinheiro, Paulinho Ruben Berta, Sebastião Melo e Waldir Canal. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu Brasinha, Aldacir José Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, Engenheiro Comassetto, Ervino Besson, João Carlos Nedel, João Pancinha, Juliana Brizola, Luiz Braz, Marcello Chiodo, Mario Manfro, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra, Toni Proença e Valter Nagelstein. À MESA, foram encaminhadas as seguintes Emendas ao Projeto de Lei do Executivo nº 025/09 (Processo nº 3655/09): nos 13, 14, 15, 16, 17, 30, 31, 32, 33, 34 e 36, de autoria do Vereador Aldacir José Oliboni; nos 18, 19 e 21, de autoria do Vereador Marcello Chiodo; nos 22 e 35, de autoria do Vereador Beto Moesch; nos 24, 25, 26, 27, 28 e 29, de autoria do Vereador Pedro Ruas; nos 37, 38, 39, 40 e 41, de autoria da Vereadora Maria Celeste; nos 46 e 47, de autoria do Vereador Alceu Brasinha, e nº 48, de autoria da Vereadora Sofia Cavedon. Ainda, foram apregoadas as seguintes Emendas, de Iniciativa Popular, ao Projeto de Lei do Executivo nº 025/09: no 20, de autoria da Escola de Educação Infantil Dutra Jardim, da Escola Municipal de Ensino Fundamental Governador Ildo Meneghetti, da Comunidade Evangélica de Porto Alegre e da Escola Municipal de Educação Infantil Vila da Páscoa; nº 23, de autoria do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre – SIMPA –, da Associação dos Trabalhadores em Educação do Município de Porto Alegre – ATEMPA – e da Associação dos Técnicos de Nível Superior do Município de Porto Alegre – ASTEC –; nº 42, de autoria do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 5ª Região, do Movimento pelos Direitos da Criança e do Adolescente e do Kinder – Centro de Integração da Criança Especial; nos 43, 44, 45, de autoria da Associação Jardim Wenceslau Fontoura, do Clube de Mães Novo Mundo – Creche Comunitária Nossa Senhora de Fátima e da Creche Comunitária Vó Ana, e nos 49, 50, 51, 52, 53, 54 e 55, de autoria da Sociedade Recreativa e Beneficente Estado Maior da Restinga, da Associação do Comércio e Indústria Vila Restinga e da Associação dos Moradores do Bairro Vila Nova. Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 337674, 382432, 423874, 428177, 458167, 458710 e 481407/09, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Na oportunidade, o Senhor Presidente formulou proposta para elaboração, pelo Relator, de Emenda ao Projeto de Lei do Executivo nº 025/09, para drenagem do Parque Maurício Sirotsky Sobrinho. Ainda, registrou a presença, neste Plenário, do Jornalista Armando Burd. Em seguida, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor Valter Ferreira da Silva, Presidente do Sindicato dos Trabalhadores, Condutores de Utilitários em Duas ou Três Rodas, Motorizados ou Não, de Porto Alegre, Grande Porto Alegre e Região/RS – SINDIMOTO/RS –, que apresentou dados sobre o número de acidentes envolvendo motos em Porto Alegre e defendeu a regulamentação da Lei Municipal nº 10.115/06, que institui o serviço de entrega e coleta de pequenas cargas mediante a utilização de motocicletas, estabelece sua prestação por motociclista profissional autônomo ou por pessoa jurídica, determina condições para a operação do serviço, revoga legislação e dá outras providências. Após, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores Airto Ferronato, João Antonio Dib, Dr. Thiago Duarte, Waldir Canal, Paulinho Ruben Berta, Mauro Pinheiro, Nilo Santos, Reginaldo Pujol, Fernanda Melchionna e João Pancinha manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o Vereador Airto Ferronato. Na ocasião, o Senhor Presidente determinou à Diretoria Legislativa que encaminhasse as notas taquigráficas dos pronunciamentos referentes à Tribuna Popular da presente Sessão para a Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação, para debates atinentes à Lei Municipal nº 10.115/06. Às quatorze horas e cinquenta e um minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e cinquenta e dois minutos, constatada a existência de quórum. A seguir, constatada a existência de quórum deliberativo, foi aprovado Requerimento verbal formulado pelo Vereador Valter Nagelstein, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão. Em GRANDE EXPEDIENTE, pronunciou-se o Vereador Valter Nagelstein, que se manifestou em seu tempo e em tempo cedido pelo Vereador Waldir Canal. Durante o pronunciamento do Vereador Valter Nagelstein, foi realizada a apresentação de audiovisual referente ao tema abordado por Sua Excelência. Na oportunidade, o Vereador Engenheiro Comassetto manifestou-se acerca do pronunciamento efetuado pelo Vereador Valter Nagelstein em Grande Expediente. Após, nos termos do artigo 94, § 1º, alínea “g”, do Regimento, o Senhor Presidente concedeu TEMPO ESPECIAL ao Vereador Engenheiro Comassetto, que relatou sua participação, em Representação Externa deste Legislativo, nos meses de julho e agosto do corrente ano, em atividades atinentes à Coordenação Executiva da 4ª Conferência Nacional das Cidades. Em prosseguimento, o Vereador Engenheiro Comassetto procedeu à entrega, ao Senhor Presidente, de relatório referente às viagens realizadas por Sua Excelência, em Representação Externa deste Legislativo, para participar da Coordenação Executiva da 4ª Conferência Nacional das Cidades. Em COMUNICAÇÕES, pronunciou-se o Vereador Ervino Besson, em tempo cedido pelo Vereador Mauro Zacher. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o Vereador Mauro Pinheiro. A seguir, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador Mauro Zacher, solicitando Licença para Tratamento de Saúde, do dia de amanhã ao dia vinte e cinco de setembro do corrente. EM COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os Vereadores Alceu Brasinha, em tempo cedido pelo Vereador Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Paulinho Ruben Berta, Fernanda Melchionna, esta em tempo cedido pelo Vereador Pedro Ruas, e Reginaldo Pujol. Em PAUTA ESPECIAL, Discussão Preliminar, 4ª Sessão, esteve o Projeto de Lei do Executivo nº 025/09, discutido pelos Vereadores Mauro Pinheiro, Engenheiro Comassetto, Carlos Todeschini, Aldacir José Oliboni e Reginaldo Pujol. Na ocasião, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador Adeli Sell, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando autorização para representar externamente este Legislativo, hoje, na “Audiência Pública – Problemática do Comércio Ilegal de CDs e DVDs”, no Município de Erechim – RS. Também, o Senhor Presidente registrou a presença, neste Plenário, do Senhor Sérgio Bittencourt, Conselheiro do Movimento de Justiça e Direitos Humanos do Rio Grande do Sul, e dos Senhores Francisco e João Luiz, líderes comunitários das Vilas Tio Zeca/Areia e Chocolatão. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os Vereadores Dr. Thiago Duarte, Pedro Ruas e Alceu Brasinha. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pela oposição, pronunciou-se a Vereadora Maria Celeste. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o Vereador Dr. Raul. A seguir, o Vereador Reginaldo Pujol informou que o período de Comunicações da Sessão Ordinária do dia vinte e quatro de setembro do corrente seria destinado a assinalar o transcurso do centésimo sexto aniversário do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense. Às dezessete horas e cinquenta minutos, constatada a inexistência de quórum, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Sebastião Melo e Toni Proença e secretariados pelos Vereadores Nelcir Tessaro e Haroldo de Souza, este como Secretário “ah doc”. Do que eu, Nelcir Tessaro, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Srs. Vereadores, na reunião de Mesa e Lideranças, de forma um pouco superficial, sugeri ao Relator-Presidente da Comissão que elaborasse uma Emenda à LDO com a finalidade de fazer a drenagem do Parque Maurício Sirotsky Sobrinho e, depois, aportarmos isso no Orçamento. Essa obra está orçada em meio milhão de reais. Acho que é uma obra extremamente necessária para qualificar o Parque não só para a Semana Farroupilha. Então, estou sugerindo ao Presidente que elabore uma Emenda com a assinatura dos 36 Vereadores, se assim os colegas concordarem.

Registro a presença do jornalista Armando Burd, que nos honra com a sua presença, entre outros.

Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

O Sr. Valter Ferreira da Silva, representando o Sindicato dos Trabalhadores Condutores de Utilitários em Duas ou Três Rodas, Motorizados ou Não, de Porto Alegre, Grande Porto Alegre e Região - Sindimoto-RS, está com a palavra, pelo tempo regimental de 10 minutos, para tratar de assunto relativo ao aumento do número de acidentes envolvendo motos, e a regulamentação de Lei.

O SR. VALTER FERREIRA DA SILVA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, assistentes, imprensa presente, mais uma vez, em nome da minha categoria, os motociclistas profissionais, eu agradeço a oportunidade que esta Casa nos concede de usar esta Tribuna, e, através dela, mais uma vez, venho pedir a ajuda desta Casa para que nós possamos, juntos, reduzir o número de acidentes, de mortes e de muitos sequelados que às vezes ficam inoperantes em sua vida profissional.

Esta Casa já contribuiu bastante, Sr. Presidente, através de um Projeto do Ver. Sebenelo, que culminou com a Lei nº 10.115, sancionada pelo Prefeito José Fogaça, no dia 8 de dezembro de 2006, com a esperança muito grande de que, através dela, se regulamentada fosse, pudéssemos reduzir os acidentes que assolam a minha categoria. Não porque eles querem, mas, infelizmente, por falta de qualificação, perícia e conhecimento sobre o veículo.

Depois que foi promulgada a Lei, que era para ter entrado em vigor o mais rápido possível, respeitando os trâmites legais, em 2007, nós tivemos 7.934 acidentes de trânsito, dos quais 3.755, ou seja, 50,5%, infelizmente foram com a nossa categoria.

Mas quero deixar bem claro aqui, Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, que não podemos assumir esse percentual tão alto, uma vez que em Porto Alegre existe uma frota de 80 mil motos. Então, não somos só nós, a categoria, envolvidos com esse alto grau de acidentalidade. São outros motociclistas, que utilizam suas motos para se locomoverem para outros setores, e até mesmo para passear.

O que nos chama a atenção nesses acidentes é o número de jovens entre 18 e 25 anos, principalmente os jovens de 18 e 19 anos, recém-habilitados, e sem qualquer conhecimento no manuseio do veículo. O Sindimoto é crítico nessa questão, e não só o Sindimoto, como também outras grandes empresas particulares e públicas, que se manifestam dizendo que o sistema de habilitação é fraco, ruim, não prepara seus condutores para enfrentar esse trânsito caótico, difícil, e que ceifa várias vidas por inocência do condutor.

Em 2008, tivemos 7.137 acidentes, sendo 3.515 com motos, o que dá o percentual de 49,3%. No ano de 2009, evidentemente reduziu: 4.781, sendo 2.462 com motos, ficando um percentual de 51,5% com os motociclistas. No ano de 2007, nós tivemos 68 óbitos, um percentual de 43,9%; no ano de 2008, 55 óbitos, 37,4%; e no ano de 2009, 42 óbitos, o que dá um total de 39,3%. Esses números trazem uma noção, esses percentuais nos mostram um norte, mas eles, infelizmente, para uma tristeza muito grande de nossa parte, ainda não são reais, porque aqueles que se acidentam e são socorridos, que chegam ao hospital, e vêm a óbito dias depois, não entram nesses percentuais, o que é terrível.

Uma pesquisa realizada por um professor de Ribeirão Preto, da USP, traz um enfoque importante, mostrando que a maioria dos acidentados perdem membros superiores e inferiores, que são pernas e braços. Então, quantos e quantos jovens ficam inoperantes para desenvolver a sua vida profissional.

No dia 30 de agosto de 2009, o jornal Zero Hora trouxe o título: “Motos lideram atendimento do SAMU”. Segundo os dados do SAMU, que faz o atendimento direto, 28% dos acidentes são com moto, os demais são inferiores a esse percentual. Então, são números alarmantes que nos trazem uma preocupação muito grande. No ano passado, nós tivemos 43.623 motocicletas licenciadas no Estado do Rio Grande do Sul que foram compradas principalmente por jovens que recém se habilitaram, que querem se aventurar no seu primeiro emprego, ou até mesmo para passear. E o que sai nas grandes publicações que quem mais se envolve em acidentes e vêm a óbito são exatamente esses jovens.

Então, senhores, o Sindimoto, desde a sua fundação, em 1998, vem buscando junto a esta Casa, ao Poder Público Municipal, a regulamentação de um curso de qualificação para que esses jovens tenham condições, tenham conhecimentos técnico e prático para manusear os seus veículos. Essa luta culminou com a conquista da Lei 12.009, de 2009, sancionada pelo Presidente da República, que nos dá força para atingir o que nós queremos buscar. Mas, infelizmente, por parte do Diretor da EPTC, quando a Lei foi sancionada em dezembro de 2006, disse que não poderia regulamentar, porque precisava de uma lei nacional. Agora que temos a lei nacional, não se pode regulamentar, não sei por que motivo.

Enquanto isso, os senhores que estão aqui trabalhando em prol da comunidade, de toda a sociedade de Porto Alegre, infelizmente não têm tempo de ver o que eu vejo todos os dias no asfalto, o sangue da minha categoria lavando as ruas, e os bombeiros indo, depois, só para tirar aquele sangue do asfalto, para os carros não passarem em cima.

Eu não posso continuar assistindo a isso, eu não posso continuar vendo tudo isso, sabendo que parcela de culpa disso é da responsável pelo trânsito de Porto Alegre, a EPTC, que tem a obrigação de cuidar, de lançar um programa educativo para dar oportunidade a esses profissionais e outros motociclistas de ter conhecimento técnico e prático sobre o veículo, saber como manuseá-lo diante de um transito que enfrentamos todos os dias.

Portanto, senhores, venho aqui mais uma vez, Presidente, solicitar a ajuda desta Casa, que aprovou a Lei nº 10.115, em Regime de Urgência, justamente para reduzir essa carnificina, para fazer com que o nosso sangue não se passe por água no asfalto, para evitar que esses jovens não se matem antes do tempo. Eles não se matam porque eles querem, é por falta de conhecimento. Cito um exemplo prático aqui: um taxista, antes de começar a atuar na sua função, é obrigado a fazer um curso, tem todo um cadastro; assim é o motorista de ônibus; assim é o motorista de transporte escolar. As empresas particulares treinam seus profissionais, haja vista que a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos tem 800 motos na sua frota, e já vai fazer dois anos e meio que não há um acidente. Isso também acontece com a Vonpar, com a Ambev, com outras grandes empresas que fornecem o curso a seus profissionais, os qualificam para poderem trabalhar usando motocicletas. Os dados estão aí para não só para a autoridade municipal, mas para que qualquer membro desta Casa possa ver que moto é perigosa. Mas se treinados, qualificados, preparados para desempenhar a função, assim como esses outros que agora citei, tenho certeza absoluta de que nós reduziremos, e muito, esse alto índice de acidente.

Às vezes vemos algumas notícias que, para mim, até parecem chacota que fazem conosco. Numa empresa de Curitiba que trabalha com transportes, um entrevistado que por lá passou disse: “a despesa com um só motoqueiro acidentado pode ser o suficiente para tratar mais de mil casos de gripe suína”.

Outro dado importante, para concluir, Sr. Presidente, o Brasil gasta por ano 28 bilhões de reais para recuperar os acidentados. Será que não seria mais fácil aplicar 20% disso para fornecer o curso gratuito para esse pessoal e trabalharmos na prevenção? Até mesmo para aqueles que recentemente se habilitaram e vêm para o mercado. Mas, infelizmente, parece que, para alguns, ver o nosso sangue jorrado no asfalto é mais barato, e, de repente, recuperar é tão caro; mas recuperar talvez não seja tão caro assim.

Então, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, imprensa, assistência desta Casa, em nome da minha categoria, a dos motobóis e dos motociclistas - e por que não falarmos nos demais motociclistas que existem neste Estado, que são 817 mil -, eu venho aqui pedir, mais uma vez: por favor, ajudem os jovens! Ajudem a minha categoria! Ajudem-nos a salvar vidas e a recuperá-los, para que eles possam continuar a sua vida não só pessoal, mas também profissional, que é um direito de qualquer cidadão que queira construir para o crescimento deste País. Muito obrigado, em nome da minha categoria. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Convidamos o Sr. Valter Ferreira da Silva a fazer parte da Mesa.

O Ver. Airto Ferronato está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento e para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores presentes, também quero saudar o jornalista nosso amigo Armando Burd, que está presente, assim como todos os demais presentes na tarde de hoje, e trazer um abraço todo especial ao amigo Valter Ferreira da Silva, e registrar a importância deste tema: a moto e o motoqueiro, porque se trata aí de uma questão que é bastante relacionada, Ver. Mauro Pinheiro, com a nossa juventude de Porto Alegre, a gurizada aqui da Capital gaúcha.

Eu gostaria de começar, dizendo que em 29 de julho de 2009 - o Valter já falou disso -, o Presidente Lula sancionou a Lei nº 12.209, que institui o exercício da atividade do mototaxista, do motobói. Eu acho que é interessante dizer que lá no art. 2º dessa Lei já se preveem - lei federal - algumas normas, exigências mínimas. Por exemplo: 21 anos, e, no mínimo, dois anos de profissão ou dois anos dirigindo, com habilitação de moto para atuar nas atividades de motobói. Eu quero registrar que, aqui em Porto Alegre - e os senhoras e as senhoras já sabem -, desde 2006 - portanto, Ver. Ervino Besson, mais uma vez Porto Alegre saiu na frente -, nós temos uma Lei, a Lei nº 10.115, que regulamentou e instituiu em Porto Alegre o serviço de coleta de pequenas cargas, o nosso motobói.

No dia 29 de maio de 2008, o nosso Presidente Valter já esteve aqui na Câmara Municipal, fazendo o mesmo pedido: que se acelerasse, que se regulamentasse aqui em Porto Alegre a Lei nº 10.115.

Ora, se nós temos uma Lei que institui a profissão e se essa Lei diz que precisa de uma regulamentação, nós estamos, então, pedindo, e, em primeiro lugar, nos colocamos ao lado do Presidente Valter, do Sindicato, e, também, ao lado de todos os motoqueiros aqui de Porto Alegre. Também fazemos o mesmo pedido ao Sr. Prefeito Municipal: que agilize a regulamentação aqui em Porto Alegre, porque a própria Lei Federal nº 12.209, no seu art. 139, diz que não exclui a competência municipal e estadual de aplicar exigências. Então, acredito que, se Porto Alegre regulamentar a Lei nº 10.115, nós daremos um passo adiante.

Também concordo com a questão do treinamento. É indispensável treinar o nosso motoqueiro, porque, na verdade, as cidades estão-se aglomerando cada vez mais em termos de veículos rodando em nossas ruas e, dado o perigo de as motos andarem nessas ruas, é interessante dar uma pensada, sim, em de que forma se poderia fazer esse treinamento, que também poderia ser feito particularmente por parte de cada uma dessas entidades. Aqui não estamos registrando que tem que ser público. Isso eu não vou registrar. Nós queremos registrar que o treinamento é, sim, importante. Daí porque o nosso abraço ao Valter, a todos os motoqueiros de Porto Alegre, e, em especial, à gurizada da nossa Cidade. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Muito obrigado, Ver. Ferronato.

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, meu caro Presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Condutores de Utilitários em Duas ou Três Rodas, Motorizados ou Não, Valter Ferreira da Silva, há uma regra que diz que se todos os veículos fossem iguais ao melhor veículo, se todas as vias fossem iguais à melhor das vias, os acidentes se reduziriam em 10%. Mas, se todos os motoristas de veículos fossem iguais ao melhor dos dirigentes, os acidentes se reduziriam em 90%.

Ora, o seu pronunciamento foi claro: o que precisa é treinamento, nós não precisamos de leis. Não existe solução para segurança de trânsito com a criação de uma lei. Claro, têm que ser respeitadas as regras de trânsito. E o que nós vemos, hoje, nas ruas da Cidade são os motociclistas mal preparados - a maioria deles -, correndo riscos desnecessários para avançar, às vezes, um metro ou dois e parar em seguida. Na realidade, V. Sa. colocou muito bem: tem que treinar essa gente. Há uma empresa que foi citada, que tem uma série de motociclistas e não registrou nenhum acidente há muito tempo. Portanto, o caminho certo é o treinamento. Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. DR. THIAGO DUARTE: Caro Sr. Valter, saúdo a sua presença aqui e quero colocar que cotidianamente nós trabalhamos com esta matéria. Como perito médico-legista lá no DML, a gente observa a realidade de tudo o que o senhor colocou.

No esteio do que referiu o Ver. Dib, eu quero dizer que essas situações vinculadas ao trânsito, principalmente à questão da moto, que acabam derivando para acidentes gravíssimos, com traumatismos cranioencefálicos, infelizmente fazem parte do nosso dia a dia. Sr. Valter, eu acho que somente vamos poder reverter esta realidade que a gente constata, eu, como perito médico-legista lá no IML, com um tratamento de choque na capacitação desses profissionais. Então, acho que é fundamental a sua conexão com as autoridades de classe, dirigentes - me coloco à disposição para fazer esta intermediação - e uma ação dos peritos médicos-legistas na capacitação desses profissionais de motocicleta, para eles realmente entenderem o que advém de uma condução equivocada e imprudente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Waldir Canal está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. WALDIR CANAL: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sr. Valter, Presidente do Sindicato, nós, da CUTHAB, em meu nome, dos Vers. João Pancinha, Paulinho Ruben Berta, Brasinha e Engenheiro Comassetto, enfim, colocamos a nossa Comissão à disposição do Sindicato. Estamos acolhendo a reivindicação de V. Sa., e, desde já, solicito ao Sr. Presidente que nos convoque, se assim desejar, para uma reunião conjunta da CUTHAB com a CCJ, para que possamos ver o que está faltando para que esta Lei venha, de fato, a ser operacionalizada. A CUTHAB vai intermediar, com certeza, este encontro, e propor, juntamente com o Sindicato, que esta Lei venha a vigorar em nosso Município.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Paulinho Ruben Berta está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. PAULINHO RUBEN BERTA: Sr. Presidente e Sr. Valter Ferreira da Silva, em nome da Bancada do meu Partido, o PPS, em nome dos Vers. Toni Proença e Elias Vidal, quero fazer minhas as palavras do Presidente da CUTHAB, Ver. Waldir Canal, e quero lhe dizer que a nossa preocupação é muito grande também em relação à responsabilidade do que acontece na Cidade, hoje, em cima da categoria dos motoqueiros. Muitas vidas são desperdiçadas aí. O treinamento é, sim, necessário, mas a conscientização também é muito necessária, porque o que a gente vê no trânsito hoje, em Porto Alegre, o que alguns motoqueiros fazem não é fácil; é de indignar muita gente, bem como as vidas que são desperdiçadas por causa dessas condutas. Contem com a Bancada do PPS. Estaremos na CUTHAB, também, trabalhando e apoiando o Presidente nesta matéria. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Sr. Mauro Pinheiro está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. MAURO PINHEIRO: Sr. Presidente, Sebastião Melo; demais Vereadores e Vereadoras, público que nos assiste, quero cumprimentar o Sr. Valter Ferreira da Silva, Presidente do Sindimoto-RS, e dizer que o nós, do Partido dos Trabalhadores, colocamos a nossa Bancada à sua disposição e à disposição do Sindicato dessa importante categoria que cresce dia a dia. Não é admissível que uma Lei desta Câmara, aprovada em 2005, ainda não tenha sido regulamentada para uma categoria tão importante, que cresce dia a dia - a categoria dos motoqueiros. Isso é notório, quando se anda pelas ruas. É claro que muitas vezes esses motoqueiros acabam cometendo vários equívocos, justamente pela falta de treinamento, como o Presidente do Sindicato está colocando aqui.

Então, nós queremos nos solidarizar com o Sindicato, e dizer que concordamos com a regulamentação e com o treinamento desses motoqueiros, porque hoje é uma categoria muito necessária: os motoqueiros, os motobóis; todos nós - as empresas principalmente - utilizamos e utilizamos muito os seus serviços, e realmente eles têm que receber um treinamento e uma qualificação. A nossa Bancada está à disposição para que seja encaminhado e para que o Prefeito regulamente o mais rápido possível.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Nilo Santos está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. NILO SANTOS: Quero saudar o Sr. Valter Ferreira da Silva e dizer que colocamos a nossa Bancada do Partido Trabalhista Brasileiro também à disposição do Sindimoto. A nossa Bancada é composta pelo Ver. Tessaro, Ver. DJ Cassiá, Var. Marcello Chiodo e Ver. Brasinha. Realmente, o treinamento é tudo, porque o nosso trânsito, Ver. Oliboni, infelizmente hoje é tomado por pessoas cheias de ansiedade. A ansiedade tem provocado mortes, o despreparo tem provocado mortes. Parece-me que a categoria necessita, sim, de um treinamento muito maior, porque nós que andamos no trânsito no dia a dia temos visto bons motoqueiros e temos visto maus motoqueiros. E os maus motoqueiros precisam ser combatidos, sim, porque são eles que provocam os acidentes. Tem aqueles que tiram o seu sustento exatamente dessa ferramenta, e existem aqueles que se esquecem disso, tanto que correm riscos, porque tudo o que receberam, tudo o que ganharam até hoje não irá pagar o tratamento deles e um acidente poderá colocá-los numa cadeira de rodas ou até mesmo levá-los à morte. Então, o treinamento é tudo; o treinamento baixa a ansiedade; o treinamento faz com que as pessoas estejam preparadas para conduzir essa ferramenta, que é uma ferramenta muito perigosa. A moto é perigosa, e só quem tem consciência disso consegue pilotar com decência no nosso trânsito.

Então, coloco a nossa Bancada à disposição para que possamos regrar esse trabalho na nossa Cidade. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, quero agregar ao que já foi colocado pelas várias Bancadas, por óbvio, a nossa solidariedade, já inicialmente manifestada ao Ver. Airto Ferronato, que tinha hoje a distribuir um Pedido de Informações sobre o andamento do processo de regulamentação da profissão dos motobóis e mototaxistas em Porto Alegre. Isso, conjugado à Lei do Ver. Cláudio Sebenelo, aprovada no ano passado, faz todo o contexto do processo atual. Já foi alertado que este assunto será objeto de uma Comissão, numa atuação conjunta de mais de uma Comissão, entre as quais a Comissão de Constituição e Justiça, presidida pelo Ver. Valter Nagelstein, da qual tenho a honra de pertencer. E lá, obviamente, quero deixar muito claro, me lembro de cuidar deste assunto com o maior cuidado. E o Presidente Valter Ferreira da Silva, que nos honrou hoje com a sua presença aqui na Tribuna Popular, pode sair daqui tranquilo, porque será dada à sua postulação a atenção adequada, a atenção devida, porque, efetivamente, é merecedora. O problema não é tão simples que possa ser tratado assim, num pronunciamento de dois, três minutos, mas, dentro da sua complexidade, nós haveremos de contribuir objetivamente para que o melhor seja alcançado.

Venha sempre aqui à Casa, seja sempre bem-vindo, que nunca faltará atenção devida às suas ponderações, como líder dessa categoria. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Boa-tarde, Sr. Presidente da Câmara e Sr. Presidente do Sindicato Sindimoto Sr. Valter Ferreira da Silva, eu queria colocar a nossa solidariedade, o nosso apoio à luta do Sindicato, da categoria, em meu nome e do Ver. Pedro Ruas, e dizer da necessidade que existe de que o Poder Público invista recursos no sentido de treinar os profissionais. Como o senhor bem colocou, sai mais barato para os cofres públicos ajudar na qualificação, no treinamento, na abertura de possibilidades para esse setor jovem que está buscando um lugar ao sol, do que depois responder com relação ao Sistema de Saúde. Cabe a nós também - além de apoiar a iniciativa do Ver. Waldir Canal na audiência na CUTHAB, que é fundamental debatermos em algum momento, Vereadores e Vereadoras, o problema das exigências insalubres de rapidez que muitas empresas impõem aos seus empregados, aos motobóis, que às vezes estão na Zona Norte e têm que estar no Centro em determinado e curto espaço de tempo. O trabalhador corre, faz barbeiragens, entre aspas, no sentido de cumprir a exigência do trabalho, porque senão perde o emprego e, muitas vezes, perde a vida. Portanto, é fundamental que o Poder Público avance no sentido de cobrar, exigir respeito, exigir treinamento também por parte das empresas e acabar com o assédio moral que esses trabalhadores, em geral homens e jovens, e as poucas trabalhadoras que labutam no setor de entregas com as motos, sejam respeitados, valorizados e que a vida esteja acima do lucro, acima de tudo. Muito obrigada, e contem conosco.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. João Pancinha está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. JOÃO PANCINHA: Prezado Valter Ferreira da Silva, Presidente do Sindimoto, que nos traz aqui este importante tema com relação aos motociclistas, receba, em nome da Bancada do PMDB - em meu nome, do Ver. Sebastião Melo, Presidente da Câmara, do Ver. Valter Nagelstein, do Ver. Haroldo de Souza, do Ver. Dr. Raul e do Ver. Bernardino Vendruscolo -, o nosso apoio. E corroboro, como membro da CUTHAB, a posição do Presidente Waldir Canal em trazer esse tema, porque é fundamental que haja nesse ramo de atividade que cresce dia a dia - como V. Sa. mencionou, há mais de 800 mil motociclistas que andam diariamente pelas ruas do nosso Estado, da nossa Capital - uma conscientização; isso é de fundamental importância. E precisamos ter, além da educação para o trânsito, uma campanha que una motoristas e motociclistas, porque o trânsito é extremamente perigoso e deve ser um meio de vida e não de morte. Então, recebam o nosso apoio e o nosso abraço.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Senhores, o Ver. Waldir Canal fez uma proposta que acho muito procedente, isso não é uma questão de Porto Alegre. No Brasil, milhares de leis não são regulamentadas. Isso vale para as esferas estaduais, federal e muito mais para os Municípios. Aliás, a ex-Diretora desta Casa, a Rosi, preside um grupo de trabalho que está compilando leis, extirpando legislações, e nos traz diariamente essas questões. Eu participei desse debate, o Ver. Sebenelo trouxe a esta Casa um Projeto muito debatido, e nós devemos ter a grandeza e a coragem para decidir: ou vamos regulamentar a lei, ou dizer que ela não é boa.

Então quero pedir, Luiz Afonso, que V. Sa. requeira, de imediato, o apanhado das notas taquigráficas, sem revisão, faça um memorando à CUTHAB - inclusive, sugiro que a Comissão de Justiça, presidida pelo Ver. Valter, possa estar junto - e chame todos os envolvidos, começando pelo Secretário Senna. E vamos pedir que o Secretário nos responda: essa Lei não é possível? Vamos ouvir os argumentos e vamos mudá-la. Agora, o que não dá é para ouvir, pela segunda ou terceira vez, nesta tribuna, repetindo-se uma lei, isso não fica bem para a Câmara. Quero dizer para V. Sa. que nós vamos tomar providências: vamos mudar a lei ou vamos regulamentá-la. Mas do jeito que está não vai ficar.

Agradecemos pela presença do Sr. Valter Ferreira a Silva, representante do Sindimoto.

Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h51min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo – às 14h52min): Estão reabertos os trabalhos.

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN (Requerimento): Sr. Presidente, já havendo conversado com várias Lideranças partidárias, requeiro a inversão da ordem dos trabalhos, para que possamos entrar no Grande Expediente, no qual este Vereador fará uso do seu tempo regimental e também do tempo cedido por S. Exª, o Ver. Waldir Canal.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Valter Nagelstein, que propõe a inversão da ordem dos trabalhos. (Pausa.) APROVADO.

Passamos ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra em Grande Expediente, e utilizará o seu tempo regimental, bem como o tempo cedido pelo Ver. Waldir Canal.

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN: Meus queridos colegas Vereadores, a todos que nos acompanham no Plenário; agradeço muito e cumprimento o Jornalista Armando Burd, e as pessoas que nos assistem pela TVCâmara. Eu quero convidá-los, a todos, Sr. Presidente - é o primeiro Grande Expediente que ocupo nesta Casa, neste meu primeiro mandato, e quero agradecer, penhoradamente, ao Ver. Waldir Canal, pela cedência de tempo -, a uma viagem que, eu diria, bastante deprimente, porque nós vamos visitar aquilo que há de mais negativo, e, inclusive, se custa a crer, não fossem as provas fartas e documentais que existem, de que o ser humano possa chegar a tanto. Amanhã é o Rosh Hashaná para o povo judeu, é o ano-novo judaico. São 5.770 anos de história, Vereadores Dr. Raul e João Dib, desde o nosso patriarca em comum, Abraão, que saiu lá da Mesopotâmia, lá da região do Iraque, hoje, e vai onde é Israel, e ali se localiza na cidade de Hebron. E da sua descendência nascem os judeus, mais tarde os cristãos e depois ainda os muçulmanos. Este povo, o povo judeu, foi um povo que durante toda a sua história foi retirado algumas vezes da sua terra - levado escravo, exilado -, e à sua terra sempre retornou. A última dessas epopeias do grande êxodo judaico tem dois mil anos, um pouco menos, dois mil e nove agora, porque é do ano 70d.C.; Jesus, que nasceu, viveu e morreu como judeu.

No ano 70 da nossa era, o Império Romano expulsa os judeus da sua terra ancestral e eles, então, se espalham na diáspora pelo mundo; ocupam os países do Oriente e os países do Ocidente e, por dois mil anos, até 1949, com o nosso querido, saudoso Osvaldo Aranha, na Assembleia das Nações Unidas, nós temos a criação do Estado de Israel e a possibilidade de os judeus voltarem a ter a sua pátria nacional. Durante dois mil anos, os judeus tiveram uma só pátria: a Bíblia.

O Holocausto é uma experiência singular, única, trágica na história da humanidade, infelizmente havida na Alemanha. E é difícil de nós compreendermos por que nesse país que sempre teve e sempre contribuiu com a humanidade, e, certamente, com os seus maiores luminares, como Goethe, Schiller, Bach; Beethoven, que era austríaco, mas como Hitler também, que faziam parte do grande império austríaco, germânico, prussiano. Ou seja, como que num país desses, com tantas contribuições à humanidade, um processo como esse que nós vamos ver, pôde se desenvolver.

A Alemanha saíra humilhada da 1ª Guerra Mundial, com um processo de inflação galopante, com as pessoas em miséria absoluta e, nesse contexto, nasce, surge uma liderança carismática e messiânica, que promete ao povo alemão o retorno aos gloriosos e áureos tempos da grande nação prussiana: a unificação do império alemão e a sua expansão - num primeiro momento, para o Leste. E todo o povo se reúne no entorno desse propósito fantástico e também na estratégia da identificação de um inimigo comum. Dizia Hitler que os judeus eram donos do mundo, aliás, uma versão que até hoje, de certa forma, circula; eram donos do capital; que haviam financiado os países que haviam derrotado a Alemanha numa 1ª Guerra, e que a situação que o povo alemão passava e vivia era culpa dos judeus, portanto, eles precisavam ser eliminados, varridos da face do planeta, e toda a população de um País - homens, mulheres e crianças - é trazida para dentro de um processo quase que de histeria coletiva, onde toda uma nação se reúne para a construção desse grandioso objetivo do seu Führer.

(Apresenta PowerPoint.)

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN: Essa lâmina que nós estamos vendo, que se dá em 1935, é a reunião do Partido Nazista em Nuremberg, onde foram aprovadas as primeiras leis racistas da Alemanha, as leis de Nuremberg. Definiam o judeu não como quem praticava o judaísmo, bastava ter um avô ou uma avó judeus. Mesmo os convertidos católicos, protestantes, evangélicos que tivessem alguma ascendência judaica, também eram presos e eram vítimas dessas leis racistas e discriminatórias. Os judeus na Alemanha eram como são hoje os judeus no Brasil - cidadãos brasileiros -, que estavam na Alemanha há mais de 600 anos, portanto, há mais de 20 gerações. As leis de Nuremberg proibiram o casamento de judeus e não judeus; caçaram os direitos políticos dos judeus; limitaram as profissões liberais - judeu não podia mais ser advogado, não podia ser médico, não podia ser dentista -; limitaram o número de judeus nas escolas e nas universidades, e a grande maioria frequentava escolas e universidades; proibiram os judeus de trabalhar em empregos públicos; proibiram atores judeus, músicos judeus; proibiram os judeus de frequentar e usar hospitais públicos; proibiram os judeus de receber aposentadoria. Citar que os judeus haviam lutado pela Alemanha na 1ª Guerra Mundial também foi proibido; proibiram os judeus de andar nas calçadas. E os judeus tinham que tirar o chapéu e fazer gesto de reverência e baixar a cabeça toda vez que cruzavam por um soldado alemão. Isso em 1935.

A partir de 1937, as contas bancárias foram confiscadas, os médicos judeus só podiam, Dr. Raul, tratar os judeus, e os advogados não podiam mais trabalhar. Em três anos os direitos dos judeus, que eram apenas 1% ou 2% da população da Alemanha, desapareceram.

Tinham que andar identificados. As suas identidades recebiam o “J” de “judeu”, e, se não tinham nomes judaicos, deveriam, por força, ter os nomes trocados: os homens recebiam o nome de Israel, as mulheres recebiam o nome de Sara.

Firme e constantemente os judeus foram cercados, acuados e destruídos psicologicamente, ou seja, o projeto de destruir os judeus não foi uma explosão de raiva momentânea, não foi um embate entre duas etnias, em que num embate, numa noite, houve uma conflagração, se enfrentaram e se mataram; não, foi um propósito pensado, definido, planejado e arquitetado a partir de uma estratégia política. Como foi possível isso acontecer? - até hoje nós precisamos nos perguntar. Como é que os médicos alemães, os dentistas, os advogados, os cientistas, os artistas, os intelectuais aceitaram, de bom grado, que isso fosse avançando dentro do seu País?

Em 1938, nos dias 9 e 10 de novembro, nós tivemos um episódio que se constituiu num divisor de águas: die Kristallnacht “A noite dos cristais”, quando bandos incitados por políticos de ideologia nazista, incitados por bêbados, incitados por uma horda, e, infelizmente, nesse contexto, inclusive padres, invadiram vilarejos, invadiram bairros judeus, queimaram as suas casas, destruíram as suas sinagogas, estupraram as mulheres. Começa aí a matança de várias pessoas. Isso se chamava Pogrom. Não era exclusivo da Alemanha, na verdade, na Rússia, anteriormente já havia Pogrom. Ao longo, antes da história desses dois mil anos, o que foi a Inquisição senão isso? E eu diria que talvez o processo do holocausto da 2ª Guerra Mundial tenha sido o ápice de um processo cultural, de formação de um caldo de cultura que tem o seu nascedouro exatamente no processo da Inquisição.

Só que essa questão do Kristallnacht teve dimensões nacionais. Ela foi apoiada e foi organizada, o que é pior, pelo governo. Destruíram milhares de vitrines, queimaram sinagogas, agrediram mulheres pelas ruas, e houve centenas de mortos. Duzentas e cinquenta e seis sinagogas foram destruídas. Foi apenas o prenúncio do que viria. Foi um prejuízo muito grande para a Alemanha. Mas isso pode ter sido um teste para o governo medir se o povo alemão estava pronto para o que viria nos anos seguintes.

A partir de 1933, quando tomam o poder, os nazistas criam campos de concentração. Em 1934, já havia dezenas de campos de concentração em território alemão. E aqui estão os campos: Bergen-Belsen, com dois subcampos, Börgermoor, Dachau, Esterwegen, Flossenbürg, com 94 subcampos e comandos externos. Depois nós vamos falar sobre esses comandos externos. Einsatzgruppen, que eram comandos SS de extermínio de pessoas. Como V. Exas vão ver, em apenas um dia, numa cidade, 33 mil pessoas foram mortas por uma metralhadora que funcionava 24 horas sem parar. Num dia, 33 mil pessoas mortas! Tinham que colocar água na metralhadora, para que ela esfriasse, constantemente. E a metralhadora, durante 24 horas, não deixou de funcionar.

Mas, em 1924, começa essa estratégia. E não foram somente os judeus, como a história conta e sabe. Vejam V. Exas que ali estão identificados, por cores, os inimigos do regime nazista, e por símbolos também, que eram colocados nos uniformes. Os homossexuais, por exemplo, usavam um triângulo rosa; os comunistas usavam um triângulo vermelho; os ciganos tinham um triângulo para a sua cor. E para esses campos de concentração, a partir de 1934, foram levadas todas essas minorias. Não só judeus, mas ciganos, homossexuais, comunistas e todos os adversários do regime nazista, identificados dessa forma. Vejam que alguém que faz um trabalho desses de identificação é alguém que estudou, que se preparou, que entende de cores, que estudou o significado dessas cores, que planejou detalhadamente como seria o uniforme, como as pessoas seriam divididas e como elas seriam identificadas. Portanto, há, sim, uma organização de pessoas de nível superior. Não foi um soldado que fez isso, gente!

E assim, começaram, então, todos os inimigos do regime e o inimigo comum do povo alemão a ser colocados nos campos de concentração. Aí começam os Einsatzgruppen, que eram grupos de extermínio. Eram tropas da SS, que eram reunidas com esse propósito de exterminar as minorias.

Em 1º de setembro de 1939, a Alemanha invade a Polônia. Em 6 de outubro, quebrando o pacto Ribbentrop-Molotov, que havia feito com Stalin, de divisão da Polônia em duas partes, os alemães ocupam um antigo quartel em Oswiecim, Polônia, que ficaria conhecido para sempre pelo seu nome alemão Auschwitz. E ali, numa ironia suprema do destino, está escrito “O Trabalho Liberta” “Arbeit Macht Frei”. Porque os judeus prisioneiros, aqueles que chegavam combalidos depois de ter viajado três, quatro dias em pé, em vagões de trem, fazendo as necessidades fisiológicas em pé - mulheres, crianças, viajando no inverno e no verão -, ao chegar naqueles campos de concentração, aqueles que estavam fracos já eram exterminados na hora, e aqueles que chegavam ainda com saúde eram forçados a trabalho escravo para servir ao esforço de guerra nazista.

Vejam que era tudo pensado e planejado. Num primeiro momento, eram identificados com fotos, com nome, com ficha, com absolutamente tudo. Depois, quando começou a ser impossível, porque eram 11 milhões de judeus na Europa, nos países ocupados, e eles precisavam exterminar 11 milhões de pessoas -, não foi mais possível fazer as fotografias, começou a ficar caro também, e aí simplesmente eles começaram a ser tatuados.

Em Auschwitz, esse quartel foi transformado em campo de prisioneiros, tudo o que aprenderam nos campos da Alemanha, aqueles campos que começaram em 1933, foi colocado em prática em escala industrial, com mais violência ainda, com tortura, com fome e com trabalhos forçados.

Antes disso, por exemplo, no Gueto de Varsóvia - um ser humano precisa de 1.200, 1.500 calorias por dia para sobreviver -, as pessoas eram mantidas com uma ração de 400 calorias por dia, ou seja, eram zumbis que caminhavam, que não viviam. A peste, a fome, o tifo, as doenças grassavam em lugares como esses. Aí tem filmes que a gente pode assistir, como O Pianista, por exemplo, que bem retrata o que foi essa trágica realidade.

Esse quartel é transformado em campo de concentração. Auschwitz ainda não era um campo de extermínio, com o seu anexo II, Birkenau, mas o assassinato dos judeus na Alemanha já começava a ser organizado e planejado. E aqui está também mais uma prova de como era feita essa organização: havia um organograma. (Mostra no PowerPoint.) Ora, isso tem que ser algo muito pensado por alguém que tenha estudo, tenha curso superior, para fazer um organograma, fazer toda a logística. Como é que funcionava esse trabalho? Como é que eles iam ser presos? Como é que os soldados iam ser alimentados? Como é que os trens iam ser organizados? Como é que o despacho dessas pessoas ia acontecer até os campos de concentração? Buscar gente lá na Itália, na Romênia, em todos os países que foram ocupados! Como é que se fazia essa logística? Ela era muito bem pensada, planejada e organizada para que se fizesse isso.

Na Europa do Leste havia milhões de judeus: Lituânia, Letônia, Ucrânia, Rússia, Polônia. Quando a Wehrmacht - o Exército alemão - avançava, atrás vinham os Einsatzgruppen, que eram esses grupos de extermínio, para matar os judeus das cidades conquistadas.

As cidades eram conquistadas, o exército de resistência que havia era afastado, e aí, logo em seguida, chegavam esses grupos de extermínio. As pessoas eram todas levadas para um lugar, para um bosque ou para um vilarejo, eram abertas valas comuns, e as pessoas, então, eram assassinadas - velhos, mulheres e crianças. Os Einsatzgruppen eram soldados da SS, e aí as pessoas eram assassinadas da forma que estamos vendo aí. Como funcionavam os Einsatzgruppen? Ocupavam a cidade, reuniam todos numa praça, levavam para a floresta, cavavam fossas e fuzilavam. Muitos não morriam na hora, caíam vivos nas fossas coletivas, e alguns ainda, felizmente, sobreviveram para contar.

Num único dia, como eu disse anteriormente, em Babi Yar, um vilarejo em que foram mortos 33 mil judeus; uma metralhadora que tinha que ser molhada para esfriar, pois funcionou dia e noite. O barulho dessa carnificina era ouvido nas florestas, nos vilarejos pelas pessoas que sobreviveram.

A cidade, então, a partir da visita dos Einsatzgruppen, ficava judenfrei, livre dos judeus. Mas não era eficiente esse método, nem econômico. E a Alemanha estava num esforço de guerra: matar 11 milhões de judeus requeria 11 milhões de balas, com pólvoras, com aço, com munição, e precisava se tornar mais eficiente o modo de aniquilar essas pessoas. Então, algumas experiências eram feitas, por exemplo, uma mãe com um filho eram enfileirados, dava-se um tiro na criança e matava a mãe junto; ou, então, uma outra técnica: com um fuzil com uma munição um pouco melhor, colocavam-se dez pessoas enfileiradas e dava-se um tiro de fuzil, que tinha que matar as dez, para que uma bala só pudesse tornar-se mais econômica. Mas, mesmo assim, não era eficiente; continuava sendo caro. Então, partiram para a solução de extermínio em massa. E mais, os nazistas começaram a ficar preocupados, porque isso estava abalando o moral da tropa. Um soldado de extermínio que tivesse que fazer aquilo botar uma mãe com um filho, aquela gritaria, aquele desespero, na beira de uma cova e, depois, dar um tiro - se respingava de sangue, ficava também emocionalmente abalado. No final do dia, tinha que aumentar a ração de vodka, de bebida. Foi aumentando a tensão dessas pessoas. Aquele modo, então, não era humano para os carrascos, e tinha que se mudar a forma de extermínio. E aí se fez o seguinte. Primeira experiência: nas caçambas dos caminhões, fechadas hermeticamente, colocavam as pessoas dentro. O caminhão saía circulando, e o gás do escapamento entrando para dentro. Problema: demorava muito tempo, e o método era ineficiente. Além disso, gastava diesel, que não poderia ser gasto para matar essas pessoas, ele tinha que ser gasto no esforço de guerra.

Foram para uma segunda experiência: colocar as pessoas em uma câmara fechada, também com diesel. Era muito caro. O diesel continuava tendo que ser usado no esforço de guerra.

Então mudaram a experiência. (Aponta para a tela.) Hitler e Himmler, ideólogos do regime, e aqui os Einsatzgruppen no seu trabalho, na sua carnificina, reuniram-se, então, os grandes arquitetos do processo de exclusão. Aqui estão os campos de concentração, onde ficavam, no Leste Europeu. E vejam que havia que ter toda uma logística, para prender essas pessoas, capturá-las, organizá-las, colocá-las dentro dos trens e levá-las até esses campos de concentração. E aqui está um campo de concentração fotografado, vejam o planejamento. Isso envolve engenheiro, envolve arquiteto, envolve administrador, envolve pessoas de curso superior. Não são pessoas que não pensaram, que não estudaram, que não planejaram. Vejam que o conhecimento humano, a ciência foi colocada a propósito, único e exclusivamente, do extermínio de seres humanos, e do mal.

Campo de Concentração. O campo de concentração era todo planejado. A distância, tudo era milimetricamente planejado: a distância entre as telas, a forma como as pessoas eram colocadas, quem iria ser morto, quem não iria ser morto, quem iria continuar trabalhando.

E aqueles métodos começaram a ficar caros, dispendiosos: a bala, o diesel, tudo isso. E um engenheiro da hoje Bayer - na época, tinha outro nome -, se lembrou que havia um cristal que em contato com o ar - era um gás para matar piolhos - se gaseificava, e que era muito mais eficiente do que aquela prática do diesel. A partir daí, se desenvolveram as câmaras de asfixia pelo gás, que se chamou Zyklon B. E, nessas câmaras, eram colocadas famílias inteiras. E o curioso, se é que podemos dizer assim, é que depois que os carrascos abriam as câmaras, se descobriu que as famílias pai, mãe, filhos -, morriam todas abraçadas. As famílias - pai, mãe, filhos -, eram despidos de suas roupas, sem nenhuma dignidade. Já tinham sido expropriados de seus bens, e viajado durante dois ou três dias até os campos de concentração. Depois de dois ou três anos de sofrimento, chegava o seu dia final: eles eram despidos daquele uniforme que usavam, e colocados todos pelados, sem dignidade, e eram asfixiados.

Mas surgiu outro problema, as pessoas descobriram que estavam indo para a morte, porque na maior parte das vezes não sabiam. E os grandes pensadores, que arquitetaram tudo isso, fizeram com que eles tivessem a impressão de que estavam indo tomar banho, pois também estava difícil administrar o pânico nos campos de concentração. Então, fizeram chuveiros. E, assim, as pessoas que iam para as câmaras de asfixia, não sabiam que estavam indo para serem mortas por asfixia. Elas acreditavam que estavam indo para tomar banho. Vejam que isso precisava ser pensado por alguém que compreendesse de elementos psicossociais, para evitar o pânico dentro dos campos de concentração.

Assim surgiu outro problema, que era o que fazer com essas pessoas depois que elas morressem. As valas não eram mais suficientes; as piras e, aqui, tudo isso que estamos vendo são cinzas, são restos de pessoas -, também, não eram mais suficientes. Então, avançaram para um novo processo que era o do extermínio completo. Primeiro, se retirou a identidade das pessoas; depois se retira a vida; depois se retira qualquer traço da sua existência, queimadas nos fornos crematórios.

Pior do que tudo isso, é que as roupas que haviam sido roubadas num primeiro momento, eram disputadas pelas esposas dos oficiais. Então, os casacos de pele das mulheres ricas eram disputados pelas esposas, as roupas iam para as crianças, depois o resto era tudo dividido na nação alemã, o que sobrava, tudo aquilo que foi confiscado, os quadros, as casas eram redistribuídas. E dos judeus, que eram presos, inclusive o cabelo era cortado, e desse cabelo eram feitos travesseiros, eram feitos colchões, e eram feitas roupas; os dentes eram reaproveitados; a pele era reaproveitada, a gordura era usada para fazer sabão, sabonete que alimentava os próprios campos de concentração.

Aqui são as moças que faziam a guarda dos campos de concentração, essas são guardas! Pessoas que estão ali voluntariamente engajadas nesse processo de aniquilação, de extermínio.

Aqui estão os sapatos dos prisioneiros; os dentes eram reaproveitados, e até as cinzas que sobravam dos fornos crematórios eram usadas como adubo para a terra; até as cinzas!

Aqui nós podemos ver dentro dessa estratégia de tudo ser milimetricamente pensado e organizado: Chelmno: dezembro de 1941, 320 mil pessoas foram exterminadas; Auschwitz: um milhão e 200 mil pessoas exterminadas, em setembro de 41; Belzek: 600 mil; Sobibor: 250 mil; Treblinka: 700 mil; Majdanek: um milhão e 380 mil; Stutthof: 65 mil pessoas. Seis milhões de judeus entre os anos de 39 e 45 foram exterminados, não foram em bombardeios, não foram em tiroteios, não foi na guerra, foram exterminados pelo único e simples fato de serem judeus, de forma fria e de maneira planejada.

É por isso, meus queridos colegas, que o holocausto da Segunda Guerra Mundial é um processo singular que não encontra paralelo na história da humanidade.

Por isso é tão difícil, como eu disse lá no princípio, como num país tão desenvolvido e que forneceu tantas inteligências para a história da humanidade, e em tantos outros países, não foi só na Alemanha, no Leste Europeu, na Polônia, na França, na Itália, como é que essa ideologia avançou? Foi um assassinato em escala industrial; foi uma máquina criada para o extermínio de todo um povo, para que a sua história fosse absolutamente erradicada.

Eu concluo, Srs. Vereadores, agradecendo a paciência de V. Exas, para dizer que no dia de amanhã nós estaremos celebrando o ano-novo Judaico. Setenta anos há poucos dias fez do final da Segunda Guerra Mundial; os últimos sobreviventes estão nos deixando, esta história está em vias de, pelo menos, aqueles que com os seus olhos viram, não mais poderem estar aqui para nos contar. Mas ela não pode ser esquecida. Felizmente, pessoas desse episódio triste, trágico da história da humanidade sobreviveram para que nos contassem, mas nós todos temos a obrigação de continuar contando e repetindo essa história para que ela de fato não ocorra novamente.

Por isso eu estou propondo aqui na Câmara de Vereadores um Projeto de Lei que institui a obrigatoriedade do estudo sobre o holocausto nas nossas escolas, para que nenhuma outra minoria, nunca mais, Ver. Tarciso, nem negros, nem comunistas, nem ninguém, possa novamente ser vítima da ira, da fúria e da maldade que, infelizmente, está presente dentro de cada um de nós.

Eu quero daqui da tribuna desta Câmara - e eu tenho certeza que é a manifestação unânime, não só minha, mas de todos os nossos Vereadores -, externar os meus votos de um feliz ano-novo à comunidade judaica, que não fez outra coisa ao longo da sua história senão respeitar a Deus, respeitar os seus pais, e buscar viver com ética e com retidão. Quando não se falava, e não se falava em ética, nós tivemos os dez mandamentos, que são, na verdade, um divisor de águas na história da humanidade. Quando não se falava em ecologia, os judeus já praticavam o ano sabático, que no sétimo ano deixavam a terra descansar, porque eles sabiam que a terra precisava de descanso. Se nós formos olhar e formos estudar a história desse povo veremos que ela é absolutamente rica. Vida longa - portanto, eu quero dizer daqui, e tenho certeza que é a manifestação unânime de todos os meus colegas - a esse povo e a todos os povos, e que esta história triste e trágica nunca mais se repita na face do nosso Planeta. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Ver. Valter, se me permite, apenas uma breve manifestação a V. Exª e também aos demais Pares para dizer que lembrar o holocausto é homenagear os mortos, vítimas das barbáries nazistas, mas é dizer também que o totalitarismo não venceu como pretendia. O ditador Adolf Hitler queria exterminar as minorias: judeus, ciganos, homossexuais, porque não admitia a adversidade. Para os seus seguidores deveria prevalecer o pensamento único. Portanto, V. Exª fez uma grande manifestação e esta Mesa, com certeza, soma-se a ela. Lembrar o holocausto é dizer: nunca mais!

Portanto, cumprimentos pelo seu pronunciamento.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, mesmo tendo acabado o tempo do Ver. Valter, quero aqui registrar em nome da minha Bancada, a do Partido dos Trabalhadores, a luta de todos contra qualquer tipo de ação de totalitarismo. Desculpem, mas eu estou emocionado. Um grande abraço. Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Comassetto, V. Exª quer fazer prestação de contas?

O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra em Tempo Especial.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; colegas Vereadores, Vereadoras, senhoras e senhores, quero aqui fazer a prestação de contas da minha atuação como Conselheiro Nacional das Cidades, representando os Vereadores do Brasil no Conselho Nacional das Cidades que tem discutido, organizado e trabalhado a Política Nacional de Desenvolvimento Urbano. E nós estivemos lá no Conselho Nacional das Cidades, Sr. Presidente, por diversas ocasiões. Faço aqui o relatório dos meses de julho e agosto de todas as atividades de que participamos. O Conselho Nacional das Cidades está preparando um Programa Nacional de Habitação e Interesse Social, o Planhab, para dar continuidade ao Programa Minha Casa, Minha Vida. Hoje pela manhã, inclusive tive a satisfação, junto com o Ver. Pujol, de participar de uma reunião organizada pelo DEMHAB, em que foi apresentada, Ver. Sebastião Melo, uma coordenação exclusiva para agilizar a aprovação dos projetos de habitação de interesse social.

Ao mesmo tempo, estamos preparando, lá no Conselho Nacional, a 4ª Conferência Nacional das Cidades, que acontecerá no primeiro semestre do próximo ano. Antes disso, todos os Municípios têm que realizar as conferências municipais das cidades. Agora, até o dia 30 de dezembro, todos os Prefeitos municipais do Brasil devem convocar as conferências municipais das cidades.

Ao mesmo tempo, quero convidar todos os colegas Vereadores a participarem de um seminário nacional sobre Regularização Fundiária Urbana no Brasil.

Estou aqui com a cópia que entregarei ao Sr. Presidente, para que ele disponibilize aos colegas Vereadores interessados em participar desse evento, que acontecerá nos dias 19 e 20 de outubro. É um seminário nacional que está construindo a política nacional de regularização fundiária, porque no segundo semestre de 2008 foi aprovada a Lei Nacional da Assistência Técnica, ou seja, a União, os Estados e os Municípios são responsáveis pela assistência técnica gratuita para regularização fundiária em todo o Brasil. Isso precisa ser regulamentado por todos os Municípios, então os estou convidando.

Aqui em Porto Alegre temos essa tarefa a fazer, inclusive elaborando o Projeto de Lei para a regulamentação. Portanto, os colegas Vereadores interessados nesse tema, interessados em contribuir com a elaboração desta lei, eu os convido, porque já estamos fazendo esboços para trazer a esta Casa. Gostaria muito que fosse uma produção coletiva, porque a assistência técnica tem que ser um projeto de Estado, não um projeto de Governo, ou mesmo um projeto de um Vereador, ou de um Partido. Estendo aqui o convite, estamos iniciando este debate via Frente Parlamentar da Reforma Urbana, que foi instalada há poucos dias, e tenho o prazer de coordenar, junto com outros Vereadores, junto com o Ver. Tessaro, o Ver. João Pancinha, Vice-Presidente; o Ver. Toni Proença e outros que têm participado nesse debate conosco.

Portanto, o tema que nós estamos trabalhando, a 4ª Conferência Nacional da Cidade, para ela já existe a Resolução nacional que está convocando a 4ª Conferência, com quatro grandes eixos para trabalharmos, e, um deles, é um debate que está acontecendo aqui nesta Casa, que é a formulação do Conselho Nacional das Cidades, porque nós temos, em Porto Alegre, um conjunto de Conselhos que tem uma modelagem que ainda foi elaborada pelo Estatuto da Cidade, para que cada Município tenha o seu Conselho Nacional da Cidade, para que possa, através do controle social, ajudar a produzir e a controlar principalmente os investimentos públicos.

Então, pela primeira vez, depois de muito tempo, Sr. Presidente, está-se elaborando uma política de desenvolvimento urbano, e essa política tem que ser republicana, que é a União, o Estado e os Municípios, e há quatro grandes eixos, que são a mobilidade urbana, o saneamento básico, o planejamento e a reforma urbana e habitação.

Portanto, entregarei ao Sr. Presidente o Relatório da nossa participação, representando os Vereadores do Brasil. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

(Procede à entrega do Relatório.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Recebo, aqui, portanto, o Relatório do Ver. Engenheiro Comassetto sobre as suas viagens.

Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

Convido o Ver. Toni Proença para assumir os trabalhos.

 

O Ver. Ervino Besson está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Mauro Zacher.

 

(O Ver. Toni Proença assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. ERVINO BESSON: Caro Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias, pela Rádio Web, pelo Canal 16; eu queria saudar todos e agradecer ao Ver. Mauro Zacher que me cedeu o seu tempo de hoje no período de Comunicações. Eu queria aqui expressar, em nome da Bancada do PDT, de uma forma muito cordial, muito reconhecedora, o nosso cumprimento ao tempo que usou o nosso representante direto dos Vereadores, o Líder do Governo, esta grande liderança que é o Ver. Valter Nagelstein, que trouxe a triste realidade do holocausto. V. Exª, hoje, Ver. Valter, trouxe à Casa um alerta para todos nós. Esse seu conhecimento deve ser levado às nossas escolas, para que a nossa juventude possa ter uma ideia dessa tragédia. Algumas gerações deste mundo ainda não sabem que aconteceu - nem passa por suas cabeças o holocausto.

Ver. Valter Nagelstein, mais uma vez, em nome da Bancada do PDT, o nosso reconhecimento, o nosso abraço, mas, no fundo, a nossa tristeza pelo acontecido. Todos nós somos seres humanos e de uma forma ou de outra temos ligações com o povo judaico. Fica aqui o nosso reconhecimento.

A Câmara Municipal de Porto Alegre hoje, meus caros colegas Vereadores, sente-se honrada em receber a visita da Dra. Salete e sua filha, que são a mãe e a irmã do Norton. Norton é um bailarino que levou a história de nossa Porto Alegre, do nosso Rio Grande a um país do Primeiro Mundo, os Estados Unidos.

Fica aqui, Dra. Salete e filha, o nosso abraço ao Norton que está longe, mas ele virá fazer uma visita a esta Casa para receber mais uma homenagem nossa por tudo que o Norton fez até agora, elevando o nome de nossa Porto Alegre, de nosso Rio Grande e do nosso País, e a Casa, prestando essa homenagem a ele, prestará a Porto Alegre.

Parabéns, Drª Salete, parabéns à irmã do Norton, e que Deus acompanhe essa caminhada por tudo o que ele está fazendo, engrandecendo aqui a Bandeira do nosso País, do nosso Rio Grande e da nossa Porto Alegre.

Nosso reconhecimento e um sincero abraço. Pediria a vocês uma salva de palmas para a mãe e a irmã do Norton. (Palmas.) Agradeço fraternalmente a todos vocês.

Gostaria de fazer um registro, esse tipo de registro, meus colegas Vereadores, é algo que nos deixa preocupados e nos entristece. No jornal Zero Hora de hoje, na página 8, diz o seguinte - eu vou ler uma parte desta matéria, pois acho que é um alerta para todos nós, Vereadores: (Lê) “O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária -Incra - garante: esta vez, a depredação da sede do órgão federal não ficará sem punição.

A destruição aconteceu durante invasão de militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), entre os dias 8 e 15 deste mês. O prédio na Capital teve gavetas e armários revirados, portas arrombadas, mesas sujas. Para piorar, sumiram equipamentos como notebooks, filmadoras e aparelhos de GPS”.

Até quando, meus colegas Vereadores, haverá impunidade para esse tipo de movimento?! Eu tenho o maior respeito pelo nosso Poder Judiciário; tem gente presa por roubar um pacote de bolacha, um quilo de arroz, de feijão, o que é crime; agora, Ver. Paulinho Ruben Berta, Ver. Tarciso, Ver. Dr. Thiago, e essas pessoas que cometem esses crimes contra um órgão público? E um órgão público que é deles também, não é só nosso, e eles fazem essa depredação? Fica aqui um alerta. Nós temos que dar um basta nisso!

Há três anos, eu, os Vereadores Luiz Braz, Dr. Goulart e outros fomos visitar a Aracruz, onde a Via Campesina fez aquela destruição. Vinte anos de pesquisa, e o pessoal vai lá, faz aquele quebra-quebra, toca fogo e nada acontece! Eu acho que nós estamos seguindo um caminho que ninguém quer, que é esse tipo de vandalismo, esse tipo de desrespeito aos órgãos públicos, de desrespeito àquilo que é mais sagrado que é o direito à propriedade que está na Constituição. As pessoas invadem, depredam, queimam tratores e tudo isso que nós estamos acompanhando, e nada acontece? Eu acho que está na hora de darmos um basta!

Aqui, próximo à Câmara, no Incra, um órgão nosso, um órgão do povo, o pessoal vai lá destrói, quebra, depreda, faz tudo que é bandalheira e nada acontece. Isso nos entristece, sinceramente. A gente não gostaria, Ver. Mauro Pinheiro, de vir a esta tribuna para fazer este tipo de pronunciamento, mas a gente tem que fazer para mostrar que a gente tem preocupação, que o patrimônio público também é patrimônio nosso e nós temos obrigação de alertar o nosso Poder Judiciário para que não passe mais uma vez impune o que está acontecendo em nossa Cidade. Muito obrigado, Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. MAURO PINHEIRO: Ver. Toni Proença, que preside esta Sessão, Vereadores, Vereadoras, público que assiste pelo Canal 16 e nas galerias, Ver. Ervino Besson, o senhor que também é um defensor dos pequenos comerciantes, quero trazer aqui fatos ocorridos nesta terça-feira, na Ceasa de Porto Alegre, onde se encontram vários pequenos produtores e principalmente os pequenos comerciantes, Ver. Alceu Brasinha, que vão até a Ceasa fazer as suas compras. Convidaram-me para participar de um protesto nessa terça-feira que passou, e eu estive lá presente; visitei vários atacadistas e produtores, conversei com muitos supermercadistas, com proprietários de minimercados, armazéns, fruteiras, e constatei um fato lamentável que tem ocorrido na Ceasa, onde os produtores vão vender seus produtos hortifrutigranjeiros que abastecem não só Porto Alegre, mas grande parte do Estado.

Sabemos o quanto é necessária esta mudança que está querendo se estabelecer na Ceasa, das caixas de madeira para as caixas plásticas, e somos favoráveis a esta troca, só que a forma como está ocorrendo é lamentável. Anteriormente foram distribuídos alguns folhetos, dizendo que gradualmente seria proibida a entrada de caixas de madeira vazias na Ceasa. Mas isso não justifica o que aconteceu no dia 8 de setembro, terça-feira, quando a administração da Ceasa e os seguranças ficaram na entrada sul e norte da Ceasa e quando chegavam os caminhões, as Kombis, os carros, os veículos para fazerem suas compras na Ceasa, e estes foram surpreendidos pela guarda e pela administração da Ceasa que estavam mandando parar os veículos, revistando-os - esta é a expressão -, pasmem os Srs. Vereadores, entrando, Ver. Toni Proença, dentro da carroceria dos caminhões, verificando se havia caixas de madeiras, e, naqueles que tinham caixas, essas eram retiradas, jogadas ao chão, de uma forma até humilhante. Eu não consigo entender isso, porque essas caixas de madeira são de propriedade dos pequenos produtores, e essa guarda da Ceasa entrava, retirava as caixas de madeira e as jogavam fora. É uma forma errada, no meu ponto de vista...

 

(Aparte antirregimental do Ver. Ervino Besson)

 

O SR. MAURO PINHEIRO: Ver. Mauro pinheiro, quero, de uma forma muito respeitosa... Eu até ia sair, mas como V. Exª tocou no assunto da Ceasa, assunto que me interessa, pois fui diretor daquela instituição - passeis três anos e alguns dias na Ceasa -, e sei que V. Exª também defende a linha dos pequenos e médios comerciantes. Eu quero me juntar a vocês para que possamos amenizar aquela situação. Não podemos fazer isto de forma arbitrária. Eu sou contra esse tipo de procedimento, Vereador! Penso que devemos nos unir, eu e outros Vereadores, para que possamos, de alguma forma, amenizar a situação. Não concordo com essa forma de agir que V. Exª está relatando. Sinceramente, eu não concordo, não podemos concordar com isso. Eu quero, de uma maneira respeitosa, destacar o seu pronunciamento, acho que é uma assunto muito oportuno de ser tratado nesta na Casa, pois eu também tenho recebido algumas reclamações nesse sentido. Sou grato pelo aparte, estimado colega Ver. Mauro Pinheiro.

 

O SR. MAURO PINHEIRO: Obrigado, Ver. Ervino Besson.

Dessa forma arbitrária, autoritária, como tudo o que acontece neste Governo do Estado, quando os comerciantes chegavam, eles eram parados na entrada da Ceasa, seus carros estavam sendo invadidos - esta é a expressão -, retiravam as caixas de madeira, que eram de sua propriedade. São pequenos produtores que trabalham lá dento da Ceasa; são mais de 600 pequenos produtores que vão até a Ceasa vender seus produtos, e, quando são retiradas essas caixas de madeira dessa forma truculenta, arbitrária e autoritária desses comerciantes que estão indo à Ceasa, impedem que eles devolvam essas caixas de madeira aos pequenos produtores para que eles possam novamente trazer seus produtos e reabastecer a Ceasa de Porto Alegre, que abastece todo o Estado.

Além disso, durante o protesto, escutei o Presidente da Associação dos Produtores, o Presidente da Associação dos Atacadistas, e eles me disseram a forma como estão sendo colocadas as caixas plásticas. Existe uma única empresa que vende essas caixas plásticas, eles são obrigados a comprar dessa empresa, e o padrão dessa caixa plástica não é o mesmo padrão nacional de todas as Ceasas, é um padrão diferenciado. Os produtores estão reclamando da qualidade desse produto, dizendo que ela é uma caixa mais fraca, mais frágil, que não se presta para os serviços que eles querem. E, além disso, agora a Ceasa está emprestando caixa plástica para quem quiser, até cem caixas plásticas, durante três meses.

Seria bom, só que tem um porém: ao final dos três meses, os produtores têm de comprar a caixa plástica ou, a partir daí, pagar um aluguel de dez centavos por dia por uma caixa plástica. O aluguel de dez centavos por dia de uma caixa plástica, em três meses, estaria comprando a caixa. Então, o produtor vai ficar a vida inteira pagando por uma caixa plástica que nunca vai ser dele. Isso é explorar o pequeno produtor, e nós não podemos concordar com isso, tem de ser tomada uma atitude! Quero que outros Vereadores se solidarizem; já fiz uma Moção de Solidariedade à Ceasa, aos produtores, aos carregadores, aos atacadistas da Ceasa. Esta Casa tem de tomar uma atitude, porque recebi, ainda hoje, ligações de comerciantes e de produtores da Ceasa, dizendo que lá continuam barrando os caminhões e os veículos que estão entrando na Ceasa, para revistá-los. Isso não pode acontecer e não podemos concordar com uma atitude dessas, autoritária e arbitrária, por parte da Ceasa. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

 O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): A Mesa apregoa Licença para Tratamento de Saúde do Ver. Mauro Zacher, dos dias 18 à 25 de setembro de 2009.

O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra em Comunicações, por cedência do Ver. Nelcir Tessaro.

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente dos trabalhos, Ver. Toni Proença, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, eu venho a esta tribuna mais uma vez, Dr. Thiago, lembrar as coisas que acontecem em Porto Alegre, algumas muito tristes para o pequeno comércio, para o pequeno e médio empresário. Hoje, na Av. Plínio Brasil Milano, abre mais um supermercado Nacional, que faz parte do grupo Wal-Mart, que é muito grande. E mais ainda, eles vêm para perturbar os pequenos. E, com certeza absoluta, Verª Fernanda, ali no Alto Bela Vista, no IAPI, o Carrefour já massacrou a maioria; há padarias de 50, 60 anos que estão quebradas. Aí vem o Nacional para terminar de derrotar o que sobrou. Agora, eu acho isso um verdadeiro desrespeito com esses pequenos empresários que por tanto tempo batalharam na sua pequena ou média empresa, sofrendo, dando emprego, pagando imposto, e chegam esses “grandões” e vão-se instalando para todos os lados, fazem o que querem e mandam porque têm dinheiro, Ver. Valter. Se eles fossem supermercados que dessem muitos empregos, dessem qualidade, eu até concordaria, mas eles oferecem um péssimo atendimento, não dão emprego, porque fazem o cliente, o cidadão ser funcionário deles. Isso qualquer um de vocês pode ver, basta ir ao Nacional, ao Big ou ao Carrefour! Eles não tratam bem o cliente. São terríveis, porque mandam o senhor empacotar os seus produtos, são pessoas que não pensam no atendimento. Se fosse o Grupo Zaffari Bourbon que colocasse uma nova loja, esse sim, ele sabe atender, é um atendimento de primeiríssima qualidade. E jamais alguém vê no Zaffari alguém dizer: “Não come essa fruta, não come isso, porque senão vai pagar”. No Zaffari não há esse tipo de atendimento. Ver. Mauro Pinheiro. Eu estou muito chateado e triste, porque pode ter certeza de que aquele Nacional que abriu ali vai quebrar mais ainda o pequeno comércio, como a farmácia, o açougue, o minimercado, a ferragem, porque eles vendem de tudo! Fazem o que querem! Eu acho que chega desse negócio aqui em Porto Alegre! Já existe demais!

 

O Sr. Mauro Pinheiro: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Alceu Brasinha, são muito oportunas as suas palavras, concordo plenamente com o senhor, Vereador, nós temos que tomar uma atitude, porque essa empresa que o senhor está falando, o Nacional, que faz parte da rede Wal-Mart, maior Empresa do mundo - vendeu mais de 380 bilhões de dólares no ano de 2008 -, está entrando com muita força no nosso País, no nosso Estado e no Município. A livre concorrência é boa até certo ponto, e está se construindo um monopólio no Brasil. Hoje, as pessoas dizem que eu sou contra o preço baixo, contra o Wal-Mart. Não é isso; eu quero preço baixo, eu quero concorrência, mas temos que tomar uma medida que impeça o monopólio que essa empresa vem buscando no nosso País.

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Com certeza, Vereador. Eu também sou favorável ao Projeto do Ver. Nilo Santos, que limita o tempo de horário nas filas, o que é um absurdo! Ver. Cirilo, é um prazer enorme o senhor estar aqui, quero lhe dizer que eu fico impressionado com o jeito como estão tratando o cidadão porto-alegrense, o pequeno empresário.

 

O Sr. Nilo Santos: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Brasinha, lamentável também é transformar as pessoas que trabalham nas caixas desses hipermercados em empacotadores e balanças. Quando esses hipermercados passaram a balança para o caixa, o tempo de espera na fila aumentou, e não apenas isso, porque o caixa ganha apenas para essa função, e tira o emprego daquela que pesava e do empacotador também. Gostaria de saber também, já que o senhor milita tanto nessa causa, se aquele posto de combustível pode estar dentro do pátio do Carrefour. Parece-me que não pode.

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Parece-me que não pode, e com isso eles também estão massacrando os proprietários dos pequenos postos. Eles já têm posto em tudo que é rua: posto Ipiranga, Esso, Shell... O que eles querem fazer? Daqui a pouco eles querem mandar em Porto Alegre! Não tem Prefeito? Aí vão dizer que eles é que mandam, eles é que vão fazer! O que é isso? Acho que tem que acabar com essa mania de vir dinheiro lá de fora que vem para perturbar os pequenos empresários. Carrefour, Nacional fazem mal para Porto Alegre, fazem mal para o seu bairro, para o Rio Grande, para o Brasil!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Nilo Santos está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. NILO SANTOS: Exmo Ver. Toni Proença, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhores e senhoras que nos acompanham nesta tarde; Ver. Brasinha, dê uma verificada, porque parece-me que não pode ter aquele posto de combustível dentro do estacionamento do Carrefour. Aquilo é risco de explosão. Imagina, Vereador!

 

O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Nilo Santos, eu quero dizer mais. Eles têm aquelas lojas grandes, botam bateria, botam surdina, botam pneu, botam tudo junto, acho que isso não pode. Nós temos que ver como isso funciona. Não pode misturar com alimentos, tem que tomar uma atitude e proibir essa grande “misturança” que eles fazem, porque eu acho que não pode.

 

O SR. NILO SANTOS: V. Exª tem o apoio do Ver. Pujol.

Senhoras e Senhores, eu gostaria de trazer aqui alguns esclarecimentos sobre um discurso realizado nesta tribuna pelo Ver. Engenheiro Comassetto. Ele não está aqui para fazer o contraponto, mas o Ver. Mauro Pinheiro irá informá-lo, até porque vir a esta tribuna desinformado é um horror. O Ver. Engenheiro Comassetto - vejo também a Verª Maria Celeste, Líder do PT, - informou nesta tribuna o seguinte (Lê.): “...como foi dito aqui, Vereadores da base do Governo, que são da Saúde, nós aprovamos na LDO, em 2005, prezado Everson, Conselheiro da Saúde, para o Governo construir até 2008, 255 novas equipes de PSFs. Sabem quantas existem hoje? Noventa”. Isso é o Ver. Engenheiro Comassetto informando. Eu não vou dizer que o Vereador é desinformado, porque isso é problema de assessoria. Nós temos, atualmente, 98 equipes completas. E ele continua: “Ver. Brasinha, sabe quantas a Administração Popular deixou? Oitenta e duas”. Na realidade foram 54 completas, porque a equipe de PSF sem médico não é equipe de PSF. Eram 54, Ver. Mauro Pinheiro. O senhor avise o Ver. Engenheiro Comassetto para ele não cometer mais esse tipo de equívoco. Fica feio para ele e fica feio para a sua Bancada que é uma Bancada tão responsável. Não eram 82, e sim 54 equipes completas. Porque eu posso colocar 200 equipes e não colocar médico nelas. Isso não é equipe, isso é apenas para aumentar a estatística. A informação de 54 equipes completas, Verª Maria Celeste, não são dados da Secretaria da Saúde, é do cadastro do Ministério da Saúde; fora os postos sucateados de que eu não quero falar.

O Ver. Engenheiro Comassetto também falou: “Vamos pegar um outro tema aqui: o da SMOV, sistema viário da Cidade. Sabem quanto a SMOV executou até agora do Orçamento de 2009? A SMOV, dos 32 milhões de reais, executou apenas 1,6 milhões de reais do seu orçamento, apenas 5%,...” Eu quero informar ao Ver. Engenheiro Comassetto que são 5% liquidados! São mais de 20% que estão empenhados! A questão é que este Governo costuma pagar depois que entrega a obra e há mais de 20% empenhados. Se no Governo do Ver. Engenheiro Comassetto pagava antes de terminar a obra, o Governo atual não trabalha assim, Ver. Brasinha!

 

O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, só para colaborar com o senhor, às 11 horas, o Ver. Todeschini estava discursando na frente da Prefeitura, então, de repente, ele ainda pode estar lá.

 

O SR. NILO SANTOS: Para concluir, Sr. Presidente, quero ainda falar sobre a Av. Vicente Monteggia, que o Ver. Engenheiro Comassetto reclamou que a sua duplicação ainda não foi inaugurada. Ela não foi inaugurada, porque, no Governo dele, ele vivia enganando os moradores da Vila Nova, dizendo para eles que a Av. Vicente Monteggia seria asfaltada no próximo ano. Não havia nem projeto de duplicação, coisa que este Governo, através do Secretário Maurício Dziedricki, quando assumiu a SMOV, encaminhou, ou seja, o projeto foi elaborado e hoje está sendo buscada a verba para a duplicação da Av. Vicente Monteggia. O Ver. Engenheiro Comassetto sabe muito bem disso, mas infelizmente usou esta tribuna para passar falsas informações para toda a sociedade porto-alegrense. Obrigado, senhoras e senhores.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Paulinho Ruben Berta está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. PAULINHO RUBEN BERTA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, todos os que nos assistem, venho a esta tribuna para tentar fazer um relato da representação externa que fizemos na segunda-feira, dia 14 de setembro, quando estivemos no III Fórum Legislativo da Copa do Mundo 2014, realizado na Assembleia Legislativa. Na realidade, as nossas atividades iniciaram com uma visita ao Estádio Beira-Rio, onde fomos recebidos pelo Sr. Vitório Piffero, Presidente do Internacional; pelo Sr. Jorge Avancini, do Marketing; pelo Sr. Emídio Marques Ferreira, Vice-Diretor de Patrimônio do Internacional. Depois participamos do ato que sancionou a Lei de criação da Secretaria Extraordinária da Copa 2014, sendo seu Secretário o Deputado Estadual Paulo Odone. O evento foi promoção da Comissão de Turismo e Desporto da Câmara dos Deputados, presidida pelo Deputado Afonso Hamm, e da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado Federal, presidida pelo Senador Quintanilha. No Fórum também tivemos a presença do Ministro do Esporte e do Turismo. No Estádio Beira-Rio fizemos uma visita onde obtivemos vários detalhes sobre a obra que irá preparar o Estádio para a Copa 2014, e também para o Internacional.

Gostaria também de dizer que Porto Alegre precisar encarar essa grande tarefa, que é preparar a Copa para 2014 com tudo que pode trazer, porque Porto Alegre será a Porto Alegre de hoje e a Porto Alegre após a Copa do Mundo, e isso terá que nos trazer benefícios que permaneçam na nossa Cidade, beneficiando a nossa população.

Também gostaria de dizer que ontem, representando esta Casa, estivemos na inauguração da Creche Dutra Jardim, onde estavam presentes, além do Prefeito José Fogaça, Secretarias, a Verª Maria Celeste, o Ver. DJ Cassiá e a Sra. Vitúlia Gonçalves, Presidenta da Associação de Moradores da Dutra Jardim.

Também estivemos na inauguração da Creche Planeta do Saber, que hoje é presidida pelo Sr. Sérgio Lázaro Cupini, Presidente do Conselho Comunitário, que é um grande batalhador, uma pessoa de muita luta naquela região, e desde 1996 trabalha para realizar essa construção, batalhada, lutada, afinal conseguida através do Orçamento Participativo no Eixo Baltazar. Também estivemos na Creche Santana II. À Presidenta da Associação, Sra. Elza Pereira Araújo, os parabéns da Bancada do PPS, os parabéns deste Vereador pela sua luta! Ela é uma senhora de muita garra, durante muitos anos lutou pela creche, que é magnífica!

Eu quero dizer o seguinte: a simbologia de inaugurar uma creche não é a inauguração, mas o que ela vai proporcionar à população. Essas três creches atenderão mais de 360 crianças. A Prefeitura Municipal e todos os órgãos que participaram - o GT Creche, a Secretaria da Fazenda, o DEMHAB, a SMOV - da construção dessa creche podem ter certeza de que estão contribuindo com o futuro de Porto Alegre, do nosso Município, da nossa Cidade e do nosso Brasil, porque cada criança que sai de uma creche, na maioria das vezes, mais de 90%, está encaminhada na vida. Por isso, eu quero me referir ao Prefeito José Fogaça e agradecer a ele, pedindo que ele transmita o agradecimento a todos os que participaram, a todos os que contribuíram para que essas creches fossem construídas. Eram demandas já são de muitos anos relativas a essas creches para uma das regiões mais necessitadas de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Pedro Ruas.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente dos trabalhos, Ver. Toni Proença; Verª Maria Celeste, Vereadores, eu fico muito contente que nós tenhamos voltado, nesta Câmara, a discutir política hoje. Com essa volta, fundamental ao seu exercício, à sua razão de existir, eu queria trazer dois problemas que foram objeto de debates - alguns que eu presenciei -, problemas graves da Cidade, que esperam uma resposta.

O primeiro foi tema da Audiência Pública que nós realizamos lá na Vila Santa Rosa, no sábado. A Verª Maria Celeste, além de divulgar a Audiência, foi uma das que fez relato sobre ela nesta tribuna. Até agora não tivemos retorno, não é, Vereadora? É uma luta que existe há três anos, que já foi tratada na COSMAM pelo Ver. Todeschini; faz anos que a comunidade briga, Ver. Reginaldo Pujol - que também estava lá Audiência Pública, no sábado -, pois simplesmente existe um posto - um posto! - para 21 mil prontuários de atendimento, e há um médico, um clínico geral. Esse clínico geral tirou licença, merecida, férias, que é um direito dos trabalhadores, e a população da Vila Santa Rosa está sem atendimento, está sem médico. Decerto, com as férias - merecidas - do médico, as doenças também tiram férias. As doenças do povo não existem mais - o que certamente nós, Vereadores e Vereadoras sérios, sabemos que não é verdade. Sabemos que é uma luta histórica desses colegas, desses moradores da Vila Santa Rosa. Eles apresentaram uma Emenda ao Plano Plurianual, fizeram um abaixo-assinado, fizeram ofício, procuraram o Ministério Público, reuniram-se com a Prefeitura.

A Câmara de Vereadores fez lá a Audiência Pública, muito importante, e o encaminhamento foi de que a Secretaria Municipal de Saúde iria nos receber, receber uma comissão de Vereadores imediatamente após a Audiência para dar o retorno, Ver. Paulinho Ruben Berta, sobre o problema do médico. Mas nós não só não fomos recebidos como não recebemos nenhum esclarecimento, Ver. Toni Proença - que estava na Audiência Pública conosco, ouvindo a população da Vila Santa Rosa.

Então, preocupa-nos esse descaso com que a Saúde pública vem sendo tratada pela Secretaria Municipal de Saúde. Não é possível que 21 mil habitantes da Vila Santa Rosa estejam com a sua Unidade Básica de Saúde sem médicos, por absoluto descaso do Poder Público Municipal!

Outro tema que eu queria trazer aos Vereadores e Vereadoras desta Casa, do qual inclusive falamos ontem no discurso sobre as gravatas, é o problema das Ilhas dos Marinheiros, do Pavão, da Pintada, que é recorrente. Todo ano chove, principalmente no mês de setembro, e há enchente, alagando, atingindo as casas dos moradores, colocando em risco a vida das pessoas, fazendo proliferar a leptospirose, o tétano, todas essas doença decorrentes das enchentes. E todos nós sabemos que é uma área irregular. Ano após ano nada é feito para resolver o problema dessas pessoas.

Eu queria trazer para os Vereadores e Vereadoras um relato que tive lá da própria comunidade. Estive lá na segunda-feira, e a comunidade me falava que, quando eles compram areia para aterrar as casas, evitando assim que a cheia atinja as casas das pessoas, são multados, Ver. Pujol, pela Prefeitura, que não aterra a rua, e não aceita que o povo aterre - esse foi o relato deles.

Só para concluir, Ver. Valter, há o problema de que essas pessoas saíram das suas casas por causa da enchente, e, até hoje, não havia ido um quilo de alimento para elas, que não estão nas suas casas! Foram retiradas por emergência - o que é corretíssimo: a Defesa Civil foi lá e retirou as pessoas -, mas estão sem alimentos, Vereador! Estão sem fraldas, estão sem colchões! E estamos falando de milhares de porto-alegrenses. Eu estive lá. Estamos fazendo uma campanha de solidariedade, e queremos convocar os Vereadores desta Casa para fazer uma campanha de solidariedade, de arrecadação de alimentos e donativos, e cobrar da Prefeitura Municipal que cumpra com as suas responsabilidades.

 

O Sr. Valter Nagelstein: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Vereadora, infelizmente, essa questão da campanha de alimentos e de solidariedade, embora necessária e fundamental, é paliativa; nós não vamos enfrentar o problema. Eu só quero informá-la - o Ver. Toni Proença tem participação e eu também - do problema da Ilha Mauá, que estava sem ligação há muito tempo e nós conseguimos, a partir de uma gestão com a CEEE, todos os postes não utilizados pela CEEE para fazer de novo a ligação da Ilha Mauá com a Ilha da Pintada. Então, isso foi muito importante, muito significativo. Depois, V. Exª tem razão, eles estão numa Área de Proteção Permanente; não poderiam estar ali, é uma ocupação irregular, mas aí eu me coloco na posição de Presidente da República. Quero dizer que, se eu o fosse - quem sabe, um dia, porque acho que o sonho, a pretensão não é vedada a ninguém -, iria direcionar todas as forças do nosso País e toda a energia para programas fundamentais e estratégicos. Um deles seria este: dar casa para as pessoas. Não é só criar um programa como esse Minha Casa, Minha Vida, mas colocar recursos, sim, fazer frentes de trabalho e enfrentar o problema, como a Inglaterra fez há muitos anos. Quem vai à Inglaterra, hoje, vê isso. Há questão de 50 anos, lá na Inglaterra, eles enfrentaram isso, tanto que os bairros são todos uniformes e iguais, com aquelas casas geminadas. Se fizéssemos um grande projeto no Brasil para enfrentamento disso, uma das maiores feridas da realidade urbana do nosso País, que se constituiu nos últimos 50 anos, com a migração do povo que vivia na zona rural para a Cidade, que é essa questão da sub-habitação e dos bolsões de miséria nas voltas das grandes cidades, seria, sim, sanada. Mas só pode ser enfrentada - e vamos colocar a responsabilidade ou chamar à responsabilidade a quem a tem de fato - se o Governo Federal quiser, porque a grande concentração tributária no Brasil, hoje, e a grande possibilidade de fazer enfrentamento para isso é a possibilidade que o Governo Federal tem. Agradeço a V. Exª pelo aparte.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Obrigada, Vereador. Não podemos esperar que V. Exª chegue à Presidência da República, apesar de considerar o que já foi avançado, mas certamente a Prefeitura pode dar a resposta para 20 mil pessoas que estão morando nessas condições insalubres. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigada, Verª Fernanda Melchionna.

O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra, em Comunicações.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, é bem verdade que esta Casa, como uma Casa política, tem que priorizar o debate político acima de qualquer outro; aliás, não sei qual outro debate que faríamos aqui se não fosse o debate político. Não tem sentido ocorrer qualquer outro tipo de atuação na Casa, que não seja política, porque é a política que nos coloca aqui e que nos mantém na Câmara Municipal.

Agora, tenho sustentado que não temos o direito de transferir problemas para o cidadão comum, especialmente aquele menos afortunado da sorte, que não tem uma condição de vida mais confortável; não podemos acenar para essas pessoas com uma possibilidade que não se vislumbra no horizonte.

Há pouco, eu estava ouvindo a jovem e brilhante Verª Fernanda Melchionna, com seu entusiasmo juvenil e próprio da sua idade, fazendo um protesto, quase que geral, sobre todas as coisas que estão acontecendo.

O Ver. Dr. Raul conhece, como poucos, a realidade do bairro Arquipélago, das ilhas de Porto Alegre, porque trabalhou vários anos na Ilha da Pintada, conhece muito bem a situação e sabe que há alguns problemas que ocorrem nas ilhas, que eu não diria que não têm solução, mas não vislumbro a possibilidade de se aplicar as soluções ortodoxas que a gente propõe sem correr o risco de transferir o problema de um lado para o outro. Reclama-se aqui, por exemplo, que o Município multa algumas pessoas por procederem em desacordo com o que é estabelecido pelo Plano do Delta do Jacuí, que não quer que se aterrem as margens do rio. Se o Município não faz isso, ele é omisso; se ele faz, ele comete um ato criticável por aqueles que entendem que tem que se compreender a situação das pessoas que moram em áreas não só irregulares, como de risco e não recomendáveis.

 

O Sr. Dr. Raul: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Pujol, agradeço-lhe pelo aparte, realmente eu tenho uma vivência muito grande naquela área. Já em 1986, eu ainda estava atendendo em um posto de saúde lá, e houve uma enchente. O único local em que “dava pé” era o posto de saúde, porque as pessoas todas chegavam de barco até o posto da Ilha Grande dos Marinheiros, só para se ter uma ideia. Essa situação vem-se repetindo não com toda essa intensidade -, e essas pessoas têm que ser realmente ajudadas, principalmente na Ilha do Pavão, na Ilha das Flores e Ilha Grande dos Marinheiros. Na própria Ponte da Mauá, para V. Exª ter uma ideia, que é lá na Ilha da Pintada, a água hoje está praticamente acima da ponte, já está praticamente ultrapassando o nível da ponte.

O Governo Fogaça tem feito muito também, porque depois que isso foi transformado em Área de Proteção Ambiental, já faz alguns anos - porque antes não se podia fazer nada lá -, já se colocou inclusive água, porque não havia água potável para as pessoas. E o Governo Fogaça recentemente conseguiu ampliar a Estação de Tratamento da Ilha da Pintada e dar para o povo das ilhas água direto nas suas casas, o que já é uma grande coisa. E estamos trabalhando na questão da habitação.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Eu agradeço o aparte de V. Exª, pois eu já o tinha anunciado como uma pessoa que conhece muito bem os problemas vivenciados nas nossas ilhas, na Pintada, na Pavão, na Ilha Grande dos Marinheiros, de certa forma também na Ilha das Flores, ocupada por residências mais confortáveis e com pessoas com mais recursos, capazes de enfrentar essas dificuldades que os menos afortunados da sorte não consegue fazê-lo.

Eu, até do aparte de V. Exª, que só enriquece o meu pronunciamento, me lembro que eu ajudei, na Assembleia Legislativa do Estado, a instituir essa possibilidade de existirem núcleos urbanos dentro do bairro arquipélago, fato esse que não era reconhecido anteriormente. Também sou obrigado a reconhecer que se estabeleceram alguns limites dentro da razoabilidade, os quais são frequentemente extrapolados pelos ocupantes. Vou até admitir a necessidade de arrumar um espaço para morar, que é grande. E tenho dito, desta tribuna, que o DEMHAB, há 20 anos, trabalha só na emergência, não se coloca à frente dos problemas. Então, não oferece alternativas de habitação, e o povo vai encontrando do jeito que pode encontrar.

O que eu não quero, Sr. Presidente, é que, sob o pretexto de fazer um bom debate político, a gente fique falando de coisas imaginárias.

Chega! O político tem de ser responsabilizado definitivamente. Não podemos criar ilusões para a população, ilusões que não terão resposta depois, e que, evidentemente, vão agravar o fosso e o descrédito da classe política com a população, população essa que acaba, com razão, vendo no político um enganador profissional. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Passamos à

 

PAUTA ESPECIAL - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/10 minutos/com aparte)

 

4ª SESSÃO

 

PROC. Nº 3655/09 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 025/09, que dispõe sobre as Diretrizes Orçamentárias para 2010. Com Emendas nos 01 a 12.

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra para discutir a Pauta Especial.

 

O SR. MAURO PINHEIRO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, vamos falar em Pauta Especial sobre a Lei de Diretrizes Orçamentárias, e falar sobre os mistérios das finanças da Prefeitura Municipal de Porto Alegre.

Ver. Toni, a Prefeitura Municipal de Porto Alegre, nesse último período do Governo José Fogaça, foi favorecida pelo bom comportamento mundial da economia que ocorreu nos últimos tempos, e, com isso, os cofres públicos de Porto Alegre, assim como de todo o País, foram muito bem de receita.

A Receita do Município de Porto Alegre, no triênio 2006/2008, ficou 30% acima do IPCA. Para se fazer uma comparação, no ano de 2004, último ano do PT na Prefeitura Porto Alegre, o valor nominal foi de 692 milhões, corrigidos pelo IPCA, com valores atualizados, seriam 889 milhões. E a Prefeitura de Porto Alegre, no ano de 2008, teve uma Receita de um milhão, 516 milhões. Isso quer dizer que foi favorável à Prefeitura de Porto Alegre, só que as despesas e os investimentos diminuíram, principalmente as despesas com os funcionários públicos diminuíram, porque a Prefeitura Municipal de Porto Alegre não concedeu nem o IPCA para os funcionários públicos. No ano de 2009, até agora, foi concedido apenas 1%, ao contrário dos 5,5% prometidos.

Além disso, a despesa que mais cresceu no Município de Porto Alegre, para onde foi o nosso dinheiro, o dinheiro público, o dinheiro da Cidade, foi na criação de novas Secretarias, Ver. Oliboni. A Prefeitura Municipal já criou seis novas Secretarias: Governo Local, Gestão e Acompanhamento Estratégico, Turismo, Juventude, Acessibilidade e Inclusão Social e Copa do Mundo, e, junto com elas, foram criados vários cargos de CCs, e estágios, e aí muito bem remunerados, e mandando o nosso dinheiro público para lá, ao invés de trazermos investimentos para a cidade de Porto Alegre.

Dos investimentos para o ano de 2009, dos 387 milhões previstos na LOA, apenas 70 milhões foram investidos até agora, Ver. Pancinha.

Nas consultorias e em publicidade... De 2005 a 2008, foram investidos 42 milhões em publicidade.

Ver. Oliboni, o senhor que entende muito de saúde, em Saúde do Município, em Educação, obras e equipamentos foram investidos 31 milhões nesse mesmo período, contra 42 milhões em investimentos em consultorias e publicidade.

Eu gostaria de saber que tanta consultoria e publicidade é feita no Município de Porto Alegre. Por que não investirmos mais na Saúde? A Saúde, por onde andamos na Cidade, é um caos; há postos de saúde sem médicos, Dr. Thiago, e o senhor sabe muito bem disso, o senhor que é médico. Por que não investir mais em médicos em vez de investir em publicidade? Por que tanta consultoria? Será que é para decidir a contratação de médicos? Que bom seria que essas consultorias indicassem a contratação de médicos, porque médicos estão faltando nos postos de saúde.

Na previsão agora para o PPA, 2010 a 2013, essa mesma publicidade chega a 54 milhões. Esta é a Prefeitura do “faz de conta”. Nós sabemos que essa LDO é fictícia; os números que se falam de investimentos, de 500 milhões para o ano de 2010, não vão ser executados. Agora, os da publicidade, talvez sejam, Ver. Pedro Ruas, porque já foram investidos 31 milhões; e estão previstos 54 milhões. Então, investe-se muito mais em publicidade e propaganda no Município, do que em Saúde e Educação. Infelizmente, é para aí que está indo o dinheiro público. Em vez de fazermos investimentos tão necessários na Saúde, investe-se em publicidade e propaganda, em novas Secretarias, novos CCs, “cabides de emprego”, Ver. Comassetto.

O Ver. Nilo, falou; talvez o Ver. Nilo não tenha entendido a colocação do Ver. Engenheiro Comassetto, pois ele falou sobre os investimentos da SMOV. O senhor falou que estavam previstos 31 milhões na Lei do Orçamento Anual - LOA, o senhor falou que só foram investidos um milhão, 620 mil reais. Realmente é este o número, Ver. Nilo; só que este é o número executado até o presente momento. Agora, com certeza, duvido que o Governo Fogaça vá fazer o investimento previsto na LOA, de 31 milhões. Nós já estamos no mês de setembro, e até agora foram investidos apenas 5% do previsto. Eu duvido que sejam investidos os outros 95% previstos nesses últimos três meses, Ver. Alceu Brasinha. O senhor fala, o senhor vem aqui, mas o senhor quer defender algo indefensável.

A SMOV é outra situação! É esta a situação da SMOV: 31 milhões previstos. É por isso que há buracos em todas as ruas de Porto Alegre, Ver. Alceu Brasinha. Se o senhor falar que não há buracos, na próxima vez que eu subir nesta tribuna, vou trazer as fotos dos buracos da cidade de Porto Alegre, Vereador.

 

O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, acho que não há uma Secretaria que tanto trabalhou, que tanto tapou buraco até agora, como a SMOV. O Secretário Maurício Dziedricki tem trabalhado muito por Porto Alegre. Quero dizer ao senhor que se é por foto, eu trago fotos de dez anos atrás, e o senhor vai se apavorar, Vereador. Tenho fotos de muito pneu estragado, muito amortecedor de carro arrebentado; se quer falar sobre em qual Governo tem ou teve mais buracos nas ruas, tenho certeza absoluta de que no Governo de V. Exª havia muito buraco.

 

O SR. MAURO PINHEIRO: Muito obrigado, Ver. Alceu Brasinha, mas realmente os investimentos na cidade de Porto Alegre estão aquém do desejável. Infelizmente os números estão aqui, estão comprovados. Andando pela Cidade, pelo menos na Cidade em que eu ando, Ver. Alceu Brasinha, a gente vê o mau estado de conservação das ruas. Claro que no ano de 2008, um ano eleitoral, foi feito um recapeamento muito leve do asfalto da Cidade, que hoje já não existe mais, porque as ruas estão todas esburacadas, e o povo que anda pela Cidade vê essa situação: tem buraco para todos os lados, e, infelizmente, está faltando a conservação das ruas de Porto Alegre, Ver. Alceu Brasinha.

Continuando a comentar os investimentos em Porto Alegre, que foram muito menores do que poderiam ter sido feitos de 2005 a 2008, apesar dos bons ventos que sopraram na economia do nosso País e o aumento de receitas de Porto Alegre, tal situação infelizmente não se refletiu nos investimentos na Cidade, tais como na Saúde, na Educação, e na pavimentação das ruas da Cidade. Ao invés disso, foram usados para a criação de novas Secretarias, contratação de CCs, de estagiários, de “cabides de emprego”, preocupando-se muito mais com os seus aliados políticos do que com a Cidade como um todo. A Prefeitura deveria ter usado menos consultoria, menos publicidade, e investido muito mais em Educação, Saúde e obras que a população merece.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Apregoo a representação, pelo Ver. Adeli Sell, desta Câmara Municipal, no evento Audiência Pública - Problemática do Comércio Ilegal de CDs e DVDs, na cidade de Erechim, a realizar-se no dia de hoje.

O Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. DR. THIAGO DUARTE: Ilustre Presidente em exercício, Toni Proença, eu venho a esta tribuna, hoje, num primeiro momento, agradecer o esforço do conjunto desta Casa, da Frente Parlamentar Antidrogas; da Frente Parlamentar de Incentivo à Cultura, liderada pela Verª Fernanda Melchionna; da Frente Parlamentar em Defesa da Infância, liderada pela Verª Maria Celeste; da Frente Parlamentar de Planejamento Familiar, liderada pelo Dr. Raul; da CEDECONDH, conduzida pelo Ver. Toni Proença; da CECE, conduzida pelo Ver. DJ Cassiá; e da COSMAM, pelo Ver. Carlos Todeschini para a realização deste Seminário aqui na Casa.

Eu peço para mostrar aqui o cartaz (Mostra o cartaz de divulgação.) do Seminário Municipal de Ação Contra as Drogas, com ênfase no crack. Quero dizer que estive, agora, conversando com a Coordenadora da Escola do Legislativo, a Giovana, a quem só temos que parabenizar pelo esforço, bem como o de todos os profissionais de carreira desta Casa. Já são 500 inscritos, e tivemos que parar as inscrições pela Internet, para que a Escola do Legislativo possa organizar o Seminário que ocorrerá amanhã, das 14 às 18 horas.

Como o Ver. Toni Proença costuma referir, este é - como se diz na gíria do futebol - o pontapé inicial para a discussão e para o amplo diagnóstico que temos de fazer do problema da drogadição em Porto Alegre.

Vamos ter aqui o Sr. Mauro Silva, Procurador de Justiça; o Dr. Luiz Coronel, que foi Diretor-Presidente do Instituto Psiquiátrico Forense e hoje coordena tão bem o Hospital Psiquiátrico São Pedro; o representante da Saúde Mental da Secretaria da Saúde; e o colega que coordena o Denarc, hoje, em Porto Alegre. Então, poderemos fazer, de forma ampla, democrática, esta discussão que vai fazer bem, certamente, a toda a Cidade, sobre a drogadição, com ênfase no crack, para depois, em seminários locais, especificarmos o tema relacionado com o problema social que ele acarreta na comunidade.

Quero também, neste tempo de Comunicação de Líder, tranquilizar a comunidade da Restinga, e dizer que, diante daquela situação que chegou ao gabinete, da possibilidade de fechamento de uma Escola Especial que existe no Bairro, a Tristão, pois fomos verificar a veracidade dessas informações e, realmente, são inverídicas. A Escola Especial Tristão Viana não fechará. Quero deixar isso bem claro para essa comunidade.

A situação, extremamente ampla e complexa, da inclusão das crianças portadoras de deficiência em escolas regulares é uma discussão ampla e, sem dúvida nenhuma, não exclui a manutenção das escolas especiais, principalmente naquelas situações em que as crianças realmente necessitam, por especificidade, de um cuidado melhor e mais apropriado.

Quero também aqui fazer menção ao nosso Projeto, que procura fazer com que aquelas pessoas que compram um veículo automotor, sejam estimuladas ao cultivo de árvores. Então, este Projeto passa em 1ª Sessão de Pauta e nós queremos, no decorrer desta semana, quando este Projeto se apresentar novamente, discutir a sua importância na mudança cultural para a preservação do meio ambiente, e para minorar os problemas respiratórios da nossa população. Em suma, é um Projeto que, no nosso ponto de vista, pode trazer um incremento e uma minoração dos problemas de saúde da nossa população. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): A Verª Maria Celeste está com a palavra para discutir a Pauta Especial. (Pausa.)

O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta Especial.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Toni Proença; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, senhoras e senhores que nos assistem; eu estava ouvindo atentamente as críticas dos Vereadores da situação referentes à análise que fizemos e fazemos da Lei de Diretrizes Orçamentárias, inclusive com uma comparação entre a gestão da Administração Popular e a gestão do Prefeito José Fogaça. Eu vou me reportar aqui a dois temas: as obras de infraestrutura da Cidade, principalmente da infraestrutura viária e ao tema da Saúde no Município de Porto Alegre.

Sobre a Saúde, eu gostaria de dizer que a Administração Popular deixou o Sistema de Saúde da Família implantado, com 82 equipes funcionando. Portanto, o dado trazido aqui pela Liderança do PTB, Ver. Nilo Santos, não é correto; e eu quero fazer um debate aqui, não um debate pessoal, mas um debate sobre a capacidade de gestão e o compromisso público.

Ver. Dr. Thiago, o senhor que foi coordenador lá do Distrito Sul, em 2004, quando José Fogaça ganhou a Administração, ele anunciou em todos os seus panfletos que em 2008 entregaria a Prefeitura com 255 equipes de PSFs. Portanto, Ver. Nilo Santos, deixou a Prefeitura com 90 equipes de PSF. E os desmandos na Saúde continuam. Todo o dia tem um desmando na Saúde. Aqui nesta Casa, aqui nesta Mesa, junto ao Presidente, Ver. Sebastião Melo, o Secretário da Saúde assumiu que enviaria um Projeto de Lei e que realizaria um concurso público para o Programa de Saúde da Família. Até o momento isso não foi realizado. Nós alertamos aqui que o contrato com a Fundação Sollus, que ele realizou, era um contrato furado, era uma fria, e hoje o Município rompe o contrato, e está lá o Ministério Público analisando os desvios de verbas. Os postos de pronto atendimento e de saúde são fechados todo dia, todos nós sabemos. Belém Novo passou 45 dias com seu posto de saúde fechado, sem aviso; a Lomba do Pinheiro teve que fazer uma revolta para não deixar os postos fecharem. Eu quero que os defensores da Saúde da base do Governo justifiquem neste momento por que fecharam ontem o Posto de Saúde da Farrapos, sem avisar a comunidade, sem anunciar. Mais uma, prezados Vereadores Pedro Ruas e Mauro Pinheiro: fecharam o Posto de Saúde da Farrapos! Aí não dá!

Como podemos fazer um debate, se o Governo vem aqui diz uma coisa, assume compromissos e não os cumpre? E na Saúde, na Lei de Diretrizes Orçamentárias, aprovada nesta Casa para 2009, estavam previstos R$ 29 milhões - e aqui quero que os ouvintes analisem a fala dos outros Vereadores que me criticaram por trazer esses dados, e eu quero mostrar aqui à câmera, por favor. (Mostra o documento.) A Secretaria Municipal de Saúde, em 2009, até o dia 31 de agosto de 2009, dos R$ 29 milhões, investiu R$ 1,7 milhão, ou seja, 5,9%. Esse é o investimento em Saúde que o Governo Fogaça faz. É claro, faltam médicos, os postos de saúde estão fechando, faltam medicamentos. Vá lá na Farmácia Popular, ali na Rua Siqueira Campos, veja se encontra medicamentos para pressão e outros medicamentos!? Falta linha cirúrgica para sutura no HPS, e isso tem que ser dito aqui. Então, este Governo é um governo que não cumpre os acordos feitos, não cumpre a lei orçamentária, e a população é quem sofre.

Sobre o segundo tema, que é o estrutural viário. Por favor, Ver. Nilo Santos, V. Exª vem aqui fazer críticas à Administração Popular? A Administração Popular construiu, em todos os seus 16 anos, uma média de 10 quilômetros de novas obras comunitárias, aprovadas no Orçamento Participativo - 10 quilômetros -, mais as vias estruturadoras. O que é via estruturadora? São as grandes vias, e eu vou citar algumas aqui, e desafio qualquer Vereador da base do Governo ou qualquer um dos Secretários que venha aqui a esta Casa dizer uma única via estruturadora que o Governo Fogaça fez nesses seus quatro anos, oito meses e meio, porque já estamos no meio do mês de setembro. Ver. Nilo Santos, o senhor que mora na Zona Sul e que se desloca vê isso. Nós duplicamos - com projeto, com recurso próprio, porque não tinha dinheiro do Governo Federal como tem hoje - a Av. Protásio Alves, a Av. Manoel Elias, a Av. Antônio de Carvalho, a Av. Campos Velho, a Av. Cavalhada, a Av. Eduardo Prado, a Av. Juca Batista, a 3ª Perimetral, a maior obra viária que esta Cidade já construiu, do Aeroporto até o trevo da Av. Juca Batista com a Av. Edgar Pires de Castro. Há outras vias que deveriam ter sido duplicadas, e foi dito pelo Governo Fogaça, e, inclusive, dito agora, pelo nosso colega Vereador que era Secretário da SMOV, quando candidato a Vereador, que distribuiu panfleto lá na minha comunidade e na sua, na Vila Nova: “A duplicação sairá imediatamente, já tem projeto aprovado, já tem recurso”. Eu quero saber onde está isso, onde está a duplicação da Av. Vicente Monteggia? Onde está a duplicação da Av. Edgar Pires de Castro? Onde está o anel viário para o Porto Seco? Aqui nesta Casa, Verª Sofia, este Vereador apresentou uma Emenda ao Orçamento em 2005, e aprovamos dinheiro para elaborar o projeto da duplicação da Av. Edgar Pires de Castro e da Av. Vicente Monteggia. O dinheiro caducou no Orçamento e não foi utilizado. Em novembro do ano passado, realizamos uma reunião com o Secretário Nacional de Transportes, lá na Restinga, com toda a comunidade, e em contato com o Secretário Clóvis Magalhães, sabíamos que existia recurso no Ministério das Cidades para a duplicação de vias estruturadoras dentro dos Municípios. O que deveria ter acontecido, Ver. Toni, era que o projeto chegasse ao Ministério das Cidades. Perguntem se o projeto chegou ao Ministério das Cidades para captar esses recursos para duplicar essas vias?

Portanto, eu quero aqui fazer um debate sobre a qualidade da gestão, sobre a postura administrativa. As nossas estradas rurais são só buracos. Acabei de receber aqui uma ligação do Presidente da Associação dos Moradores da São Caetano, Sr. Alcinei, que não consegue se locomover lá na São Caetano, porque é buraco dentro de buraco! Os buracos menores são engolidos pelos buracos maiores. E o Projeto que nós aprovamos aqui não sai. Gostaria que a câmera mostrasse aqui novamente. (Mostra jornal.) Aqui está o desempenho das obras aprovadas no Orçamento Participativo. Verifiquem que, em 2008, somente 11% das obras foram executadas. Em 2007, somente 34%. E a média da aplicação dos recursos aprovados dos orçamentos em toda a gestão Fogaça foi de 38%. Aí dá para dizer que tem superávit. Assim não dá!

Para concluir, Sr. Presidente, esta análise é uma análise crítica. Eu quero fazer um debate aqui com números. E para não ser injusto, eu quero dizer aqui que esses dados não são meus, Sr. Presidente, isso vem do Sistema de Despesa Orçamentária da Prefeitura, qualquer ouvinte pode entrar no site e verificar o desempenho da SMOV e da Secretaria Municipal da Saúde.

Portanto, o Governo Fogaça é um governo de grande talento: talento para realizar as obras, talento para aplicar os recursos aprovados, talento para cumprir os acordos, talento para fazer os seus Secretários se movimentarem. Um grande abraço.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado, Ver. Comassetto. O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente, Ver. Toni Proença; Vereadoras, Vereadores, nós, do PSOL, desde o dia de ontem, acompanhamos os trabalhadores e trabalhadoras dos Correios e Telégrafos na sua paralisação, na sua greve por melhores condições de trabalho e de vida. Neste momento, companheiros, como o Paulista, estão liderando lá uma linha partidária que é, também, ao longo dos anos, uma defesa dos interesses da categoria profissional que eles representam. E para nós, do PSOL, é extremamente importante que possamos demarcar, deixar claro qual é a nossa posição e por que a temos. Ao longo de muitos anos, houve muitas promessas de diversos governos federais em relação aos trabalhadores dos Correios e Telégrafos. Foram muitas demandas, reivindicações, reuniões, e, repito, promessas não cumpridas. O que agora reivindicam esses trabalhadores do Governo Federal nada mais é do que inferior à metade do que já lhes foi prometido. Nós, militantes da área social que tivemos, em algum tempo de nossas vidas, convivência com o setor comunitário, com o setor estudantil e com o setor sindical, que formam o tripé clássico do movimento social, modernamente ampliado para a questão do meio ambiente, para a questão da luta de gênero, para a questão dos direitos humanos, sabemos que essa paralisação, essa greve é mais do que justa, é absolutamente necessária. Repito que foram muitas as promessas descumpridas, anos e anos de luta. Eu acompanhei, como militante, como advogado, e vi nascer esse movimento que outros companheiros e outras companheiras acompanham no dia a dia, agora, enquanto estamos aqui nesta tribuna, e tenho certeza de que ele é um alerta importante para o Governo Federal e um registro significativo para todas as categorias profissionais do nosso País que enfrentam dificuldades assemelhadas. Ainda bem que os trabalhadores do setor público ainda podem fazer movimentos dessa natureza sem ter a espada terrível da demissão sobre suas cabeças. Porque isso é, Sr. Presidente, Vereadores e Vereadoras, algo que no mundo inteiro hoje se debate.

De que adianta nós termos nas Cartas maiores de cada país, ou seja, nas Constituições Federais, a Lei Maior de cada Estado ou Nação, o direito consagrado da greve, se ele não pode ser exercido sob pena de demissão imediata? De que adianta isso? É uma falácia? O que nós temos que ver, e acho que em cada greve importante que acontece é como os trabalhadores podem se organizar e, efetivamente, com algum grau de êxito, exporem as suas reivindicações. Os trabalhadores dos Correios e Telégrafos, neste momento, dão um exemplo a todo País. Tem uma pauta de reivindicações que é da categoria, que há muito tempo deveria ter sido atendida, e têm também pauta de reivindicações, denúncias importantes que são pertinentes ao conjunto da cidadania.

Por isso, nós, homens e mulheres vinculados à causa maior dos trabalhadores, temos, sim, neste momento de enfrentamento, o nosso compromisso e o nosso lado. O nosso compromisso é apoiar todo o movimento de organização reivindicatória dos trabalhadores. O nosso lado, neste momento, é o lado dos trabalhadores, das trabalhadoras dos Correios e Telégrafos, porque enfrentam com dignidade e altivez, com coerência e capacidade de organização o seu patrão - reivindicam nada mais do que o justo.

Concluo, Sr. Presidente, dizendo que os trabalhadores e as trabalhadoras dos Correios e Telégrafos podem ter a convicção de que nós, do PSOL, estaremos com eles em cada momento da sua luta, em cada momento de suas – repito – justas reivindicações. Obrigado, Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir a Pauta Especial.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Vereador-Presidente, Toni Proença; Bancada do Partido dos Trabalhadores, demais Bancadas, os que nos acompanham, estamos na discussão da LDO, em última Sessão de Pauta, e nós temos aqui a Lei mais importante de cada ano, junto com a Lei Orçamentária Anual, porque ela é sempre um anúncio e uma promessa que os governantes fazem para esta Cidade, e ela é ou não aprovada pela Câmara de Vereadores. Aqui, evidentemente, como o Governo tem ampla maioria, ela sempre é aprovada. Mas uma das características embutidas permanentemente é que o Orçamento é uma peça absolutamente fantasiosa, malfeita, que distorce, engana e acaba pregando uma peça no povo. Por que isso? Vejam só, para 2008 o Governo prometeu investir 387 milhões de reais. Pois bem, até agora foram investidos 19% desse valor, sendo 10% no DMAE e 9% na Administração Centralizada. E ao longo dos últimos cinco anos, a média de investimento não tem passado de 5,5%. Mas o Orçamento que vem para cá, o que vai se investir em 2009, é de 14%, ou seja, quase 500 milhões de reais. Pasmem, Vereadores, Vereadoras e aqueles que nos assistem, se o Governo não conseguiu até agora investir, passados nove meses de Governo, praticamente três-quartas partes do Governo, não conseguiu ultrapassar o investimento de 70 milhões, como é que no ano que vem vai realizar 500 milhões? Dinheiro público não é como estalar os dedos e acontecer. Há o processo licitatório, tem que ter projeto, fiscalização, o acompanhamento, tem que haver rigor, tem que haver critério para o dinheiro ser bem aplicado! Mas o Governo, agora, faz uma promessa, aliás tem feito essa promessa ao longo dos últimos cinco anos, nos quais prometeu realizar investimentos e nunca fez mais do que 50%, nunca chegou em nenhum ano a 50%, e a média é de 38%.

De outro lado, o Governo às vezes se lamenta que perdeu Receita ou que não está realizando o previsto, por quê? Porque de novo o Orçamento está malfeito, o Governo promete coisas e não consegue realizar, não só o gasto, mas não consegue realizar a Receita. E não é culpa de quem está fora, não é culpa da conjuntura da Cidade, não; é que é irreal a peça que vem para esta Cidade, é fantasiosa, é enganadora, talvez para arrancar manchetes nos grandes jornais, prometendo mundos e fundos e depois quase nada acontece. E depois o que nós ouvimos do Governo são lamentações: o Orçamento, a arrecadação não está se realizando, dizendo: “Ah, o custeio subiu demais”. Pois bem, vejam: quantas novas Secretarias foram criadas neste Governo? Perdemos a conta. Foram mais de meia dúzia, tranquilamente. Foram sete Secretarias, me auxilia a nossa Líder, Verª Maria Celeste. Quantos CCs foram contratados? Mais de 200, fora as contas daquilo que aconteceu na PROCEMPA e na EPTC, que não se tem controle. Quantos estagiários, quantos contratos malfeitos, quanta publicidade desnecessária, sobre o que, inclusive, através dos mecanismos legais, estamos promovendo investigação? E na Saúde, Ver. Oliboni? O caos é total! Há 14 milhões para investimento sendo aguardados há quanto tempo? De três anos para cá. Desses 14 milhões, dez milhões são para o PACS, que tem as instalações precariíssimas! Há quatro milhões para o HPS, assim como há recursos para outras unidades de saúde. Esses recursos não foram perdidos no todo, mas um milhão, efetivamente, foi devolvido para os cofres federais. Por quê? Porque não apresentaram projetos, porque não apresentaram as escrituras dos terrenos, porque não deslindaram a documentação exigida e obrigatória que todos os lugares e todas as cidades do país têm que fazer. Não tem competência para fazer isso, Ver. Oliboni!

Então, vejam só, nós temos uma realidade lamentável! Se o custeio aumentou é por única e exclusiva responsabilidade do Executivo, do Prefeito e dos seus Secretários; mas a resposta, em termos de serviços, as mais elementares, não acontecem.

Vejam o exemplo da Vila do Chocolatão: há quanto tempo ela sendo prometida? E a Vila Nazaré, Ver. Oliboni? Ver. Comassetto, o senhor que é do Conselho Nacional das Cidades: há quanto tempo nós estamos ouvindo a cantilena do reassentamento da Vila Dique e da Nazaré, com um atraso monumental? Na Vila Nazaré sequer as áreas foram apresentadas à comunidade, quanto mais discutir o projeto e uma situação que venha ao encontro urgente de reassentar as pessoas numa situação de saneamento, de salubridade, de dar uma dignidade e uma qualidade de vida para aquelas famílias.

Logo mais, nós teremos, novamente, uma reunião do Conselho Municipal de Saúde, em que, infelizmente, esses assuntos se repetem a cada reunião. Estamos à beira de um colapso na Saúde; recebemos aqui esta semana o Sindicato Médico. É preciso, Ver. Reginaldo Pujol, que se faça uma adequação dos salários dos profissionais médicos, porque, caso isso não aconteça, nós vamos ter o colapso efetivo no sistema. Pelo que nos foi informado, apenas três médicos anestesistas estão dando conta de toda a rede Municipal de Saúde para atender o HPS e o Hospital Presidente Vargas. Três! Há várias especialidades que não existem mais. Havia cerca de 50 especialidades na Prefeitura, no SUS, e hoje elas estão reduzidas a seis! Há situações que tem um médico clínico-geral para atender 18 mil pessoas, e isso é inaceitável! Há outras situações com cinco mil, com 13 mil, com 12 mil. Então, é necessário urgência. Nós damos o acordo para a aprovação do Projeto para a contratação dos cem novos médicos, e não são somente médicos que faltam, faltam técnicos, faltam enfermeiros, faltam psicólogos, faltam inúmeros profissionais; mas, evidentemente, temos que reconhecer aqui que os médicos são o ponto de estrangulamento. Esses cem médicos têm a finalidade de substituir os municipalizados da União e do Estado que se aposentaram. Essas vagas são para suprir as que já havia, mas as vagas eram federais ou estaduais. Agora, não basta apenas criar as vagas, tem que dar condições e tem que remunerar essas pessoas de acordo com o mercado.

Hoje de manhã acompanhamos a manifestação dos funcionários, o nível 2 da Prefeitura, que sequer está recebendo o salário-mínimo, Ver. Reginaldo Pujol. Não recebem, como piso, o salário-mínimo, estão recebendo, aproximadamente, 440 reais de salário.

O Ver. João Antonio Dib fez uma Emenda, e nós entendemos que ele tinha anuência e o sinal, pela autoridade e pela representatividade que tem do Governo, para que todos percebessem, no mínimo, um salário-mínimo como vencimento, não contendo abono, e agora o Prefeito diz que vai vetar. As pessoas estão em desespero, e a negociação com o Simpa foi de que o Projeto retornará para cá para uma nova votação.

Vejam só que situação degradante em que, dos nossos funcionários, os que menos ganham, não ganham o salário-mínimo como base salarial! No entanto, a má gastança acontece cotidianamente. E nós temos um Prefeito que se elegeu dizendo que iria valorizar os funcionários, que iria valorizar os Vereadores. Nada disso a gente está vendo, infelizmente! Muito obrigado pela atenção de todos. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado, Ver. Carlos Todeschini.

Queremos registrar a presença no plenário do Conselheiro dos Direitos Humanos, Sérgio Bittencourt; do Francisco, companheiro, líder comunitário das Vilas Tio Zeca e Areia, e do Sr. João Luiz, da Vila Chocolatão. Sejam todos muito bem-vindos a esta Câmara!

O Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra para discutir a Pauta Especial.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre Presidente, Ver. Toni Proença, dirigindo os trabalhos no dia de hoje; colegas Vereadores e Vereadoras, público que acompanha esta Sessão pelo Canal 16; eu estava ouvindo atentamente os meus colegas e imaginava o quanto é frustrante para o cidadão ouvir o candidato, o político, seja ele Vereador, Prefeito, Deputado, Governador, Governadora, dizer que pretende mudar a lógica das prioridades no seu governo, e aí nós nos deparamos com uma Peça Orçamentária bem diferente daquilo com que o governante eleito se comprometeu. Eu até diria que é muito mais simples do que isso, porque a LDO, o que estamos discutindo, é apenas uma diretriz: não é praticamente destinado recurso para a execução daquela obra; ela serve como uma diretriz de trabalho. A Lei de Diretrizes Orçamentárias, o que nós estamos discutindo, se olharmos o que é destinado e o que é executado, ela não passa de uma ficção realmente, e é uma frustração para quem percebe o que vem do Executivo para o Legislativo para ser votado, e o que de fato é executado. E vou dar aqui alguns exemplos para que as pessoas entendam do que nós estamos falando. Se nós pegarmos a SMOV, a quem foi destinado 31,9 milhões, foi executado 1,62 milhões. Portanto, 5% do que foi autorizado. Se olharmos a SMIC, dos 979 mil reais que foram destinados, foram aplicados apenas 150 mil reais. A Educação e Saúde, que é o que mais se discute; para a Educação, Verª Sofia Cavedon, 21,3 milhões, foram aplicados 5,94, 27% do que foi destinado.

A Secretaria Municipal da Saúde, Ver. Haroldo de Souza, dos 29 milhões que foram destinados para serem autorizados a gastar, foram executados 1,72 milhões, representando 5,9%. Mas é lógico, é evidente que aí nós vamos perceber que todos aqueles serviços que de fato o Governo deveria implementar não foram e não estão sendo executados.

Fora o que nós sempre denunciamos aqui no Plenário, de que os Projetos que poderiam buscar recursos federais para implementar novos empreendimentos na Cidade, como por exemplo, um novo hospital, uma nova Unidade de Saúde 24 horas, ou uma UBS, Unidade de Saúde, a que inclusive foram destinadas muitas Emendas parlamentares, vamos verificar que todos os que tiveram boa vontade de destinar recursos para essas iniciativas, não foram e não estão sendo executadas, porque o Projeto de Lei ora mandado, e, se mandado pelo Governo Municipal, está parado no Ministério da Saúde, ou porque está com problemas, ou porque de fato o Governo não mandou as correções, os documentos que deveriam ser enviados.

Então, nós olhando de uma base muito simples, a questão da LDO - Lei de Diretrizes Orçamentárias -, vamos ver que o Governo manda para a Casa, para a Câmara de Vereadores apenas um resumo do que ele poderia pretender fazer, mas esquece do básico, daquilo que na verdade tem que funcionar. Por exemplo, o Programa de Saúde da Família. Nós votamos no final de 2008 a renovação de contrato com a previsão de aumentar, nos próximos quatro anos, 50 equipes para o Programa de Saúde da Família. Nós tínhamos 84; o Governo fez seis; tem 90. O Governo prometeu implementar 50 equipes de PSF por ano. Estamos em setembro, estamos encerrando o primeiro ano, e ele implementou seis equipes. Então, esta é que é a inverdade, mandada num papel, para que possamos votar. Qual é o nosso papel neste momento, além de fazer a crítica aqui, que é, acredito, muito pontual, mas de extrema importância para também fazermos algumas correções por meio de Emendas parlamentares? Aí fazemos um apelo, sim, para que o Governo acate as Emendas parlamentares, porque elas vão ajudar, sim, a concretizar a Lei de Diretrizes Orçamentárias. Porque, logo ali na frente, quando ele quer executar aquele programa que, de fato, ele já teria sinalizado em alguns projetos aqui na Casa, ele esquece de colocar na LDO, na Lei de Diretrizes Orçamentárias.

Então, cabe aqui um alerta à Liderança do Governo, enfim, àqueles que dão sustentação à base do Governo Fogaça, porque essas críticas que fizemos aqui, além de serem pontuais, são de extrema importância para colaborarmos nesse aspecto de melhorar a proposta governamental, porque, sem dúvida, como o Ver. Comassetto fala muito aqui na tribuna, o “Governo de talento”, eu até colocaria muito em suspeita, Ver. Comassetto, esse “Governo de talento”, quando, na verdade, é o contrário. Porque talento, para mim, é mostrar que tem gestão. E infelizmente, em algumas Secretarias, qualquer leigo vê claramente, não tem gestão. Tanto é verdade, que agora, para podermos aprovar aqui o Projeto de Lei que vai contratar cem novos profissionais da área de Saúde, o Governo mandou cem novos profissionais médicos. Esqueceu que uma equipe de uma Unidade de Saúde não é composta só por médicos. Por que não aproveitar o mesmo projeto e ampliar para 500, criar 500 vagas? Iria chamando durante os dois anos de validade do concurso. Porque não é só médico que está faltando na rede básica de saúde em Porto Alegre! Então, o que vai acontecer? Vão contratar novos médicos, e vão faltar enfermeiros, técnicos de enfermagem, e muitos outros profissionais ligados a outros programas, como, por exemplo, no Programa de Saúde da Família, os agentes comunitários.

Então, é evidente que o Governo, muito atrapalhado nessa questão da área da Saúde, não corresponde à realidade de que, de fato, tem que ser ampliada. Eu queria lembrar aqui que, desde a Constituição de 1988, e, logo em seguida, quando o Município de Porto Alegre optou pela gestão plena, de fato, nós, do PT, estávamos no Governo Municipal, mas, desde essa época, até o final do nosso Governo, implementamos, de 12 Unidades de Saúde, Ver. Pujol, para 144 serviços. Demoramos 16 anos? Sim, mas se formos aqui calcular quantos serviços foram criados por ano, quantos serviços foram criados no Governo Fogaça nesses cinco anos? Por exemplo, no Programa de Saúde da Família foram criadas seis equipes, Ver. Todeschini. E quantas unidades de saúde foram inauguradas? Será que foram inauguradas dez unidades em cinco anos? Não ouvi nenhum veículo de comunicação dizer quantas unidades novas foram feitas em Porto Alegre, até porque, na Comissão de Saúde e Meio Ambiente temos criticado porque não foram abertos novos serviços?

Foram implementadas algumas parcerias, com alguns hospitais filantrópicos, para poder ampliar alguns serviços específicos em determinadas comunidades, mas serviços assumidos pelo Poder Público, destinados recursos para a Peça Orçamentária, não foram criados; pelo contrário, podemos observar que dos 29 milhões de reais aqui destinados, muitos programas só foram executados porque vieram verbas da área federal, como é o caso do Programa de Saúde da Família.

Então, o Governo não está um pouco perdido, está muito perdido em algumas Secretarias que são fundamentais. Se pegarmos aqui a questão do Orçamento Participativo, é decepcionante e até desmotivador para quem mobiliza a comunidade, vai a uma assembleia e aprova a demanda daquela comunidade. Para os senhores terem uma ideia, em 2005, foram previstos, na LDO, 11,2% do Orçamento para destinar para o Orçamento Participativo, e somente 39% do que estava previsto foi aplicado no Orçamento Participativo. Já em 2006, dos 15,7% destinados, foram aplicados somente 14% da Peça Orçamentária. Portanto, em 2007, ocorreu a mesma coisa: foram destinados 9,4 milhões de reais previstos na LDO, sendo que desse valor foi aplicado o percentual de 41% apenas. E, em 2008, Ver. Todeschini, dos 10,1% destinados às obras do OP, foi aplicado somente o percentual de 26%.

Aí vamos verificar porque aquele delegado do Orçamento Participativo está reclamando que a sua obra não foi executada, é só verificar aqui, pois, de fato, das 100 obras, por exemplo, que seriam priorizadas e que deveriam ter sido feitas, 26% somente foram realizadas. Então, há uma desmotivação, e por isso é que reduz, a cada ano, sensivelmente, o número de participantes do Orçamento Participativo.

O Governo precisa, primeiro, mandar uma Peça que seja consistente, real e verdadeira; segundo, que ele aplique os recursos, de fato, que promete executar; e, mais do que isso, que olhe a Câmara de Vereadores como uma colaboradora quando faz uma Emenda, para poder fazer com que aquele programa já existente, muitas vezes, seja colocado como diretriz, o qual logo ali na frente estará na Peça Orçamentária e, portanto, vai coincidir com o que nós estamos, de fato, falando.

Então, isso que nós estamos falando, da Lei de Diretrizes Orçamentárias, para concluir, nobre Vereador-Presidente Proença, é que o Governo olhe para a Casa, para a Câmara de Vereadores, com outros olhos, e não apenas como olha para nós, a Bancada de oposição, como se simplesmente estivéssemos fazendo oposição por oposição, ou oposição raivosa. Neste momento, nós estamos querendo colaborar com o Governo para poder corrigir algumas imperfeições que foram aqui verificadas na Lei de Diretrizes Orçamentárias. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir a Pauta Especial.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, há mais tempo, ainda aqui nesta Legislatura, nós havíamos estabelecido que as quintas-feiras seria um período destinado a um grande debate político na Casa. Assim tem sido em muitas ocasiões. E hoje, pelo menos, na intenção daqueles que tenham se manifestado, esse fato se confirma, quer seja pelas Comunicações de Liderança, quer seja ainda pela análise derradeira que é feita na Lei de Diretrizes Orçamentárias, visto que, a partir de hoje, Ver. Brasinha, se encerra o período preliminar de debates sobre a matéria preliminar, se encerra o período para apresentação das Emendas, que já atingem o número de 55. E, de outro lado, Ver. Raul, inicia-se o período de análise do tema nas Comissões.

É óbvio que uma Lei de Diretrizes Orçamentárias enseja o confronto de opiniões. Mas uma coisa fica clara, porque é meio repetitivo de que predomina na cidade de Porto Alegre um debate a respeito da eficiência dos Programas de Saúde Pública, da eficiência do SUS, da eficiência, em última análise, da ação governamental, em face das normas constitucionais vigorantes neste País, que dizem ser dever do Estado assegurar saúde para todos.

Eu tenho a impressão de que eu não saio do tema, se eu fizer uma pequena digressão introdutória, lembrando de como é que se criou essa ideia do SUS, de como é que se instalaram, na Constituinte, essas disposições constitucionais, em que o direito está estabelecido, sem fazer a contrapartida do Governo, dado que se fala numa ação majestosa do Estado, e de todos os seus membros, no sentido de assegurar a saúde de todos, sem dizer como é que isso vai ser feito, com que recursos isso será realizado.

A verdade é que alguns teóricos, neste País, imaginaram que a gente pudesse reproduzir, no território Brasileiro a experiência cubana, em que os médicos se contentam em ganhar uma caderneta para se abastecer nos armazéns governamentais, e mais 80 dólares por mês, Ver. Todeschini.

Aqui, V. Exª, que é um homem de sensibilidade, reconhece que os padrões de remuneração dos nossos médicos precisam ser reajustados, precisam ser melhorados, porque não são condizentes com a tarefa que realizam.

Então, nós temos na área da Saúde uma situação muito especial, e, naturalmente, nessas áreas, as despesas vão crescer mais do que o projetado. Não há como se impedir isso. Se tal ocorrer, é porque não se está dando a atenção devida a esse tema, que, por imposição constitucional, tem que se dar.

Como é que nós vamos superar esse impasse, num problema que nós não vamos decidir na Lei de Diretrizes Orçamentárias? Esse também é um assunto sobre o qual nós não podemos nos omitir. Nós temos que continuar a trabalhar sobre ele, ainda que a responsabilidade direta não seja nossa, dos legisladores municipais, mas, por reflexo, essas são responsabilidades que nós também possuímos.

Agora mesmo, veja bem, o Secretário da Saúde, o ex-Vice Prefeito Eliseu Santos, esteve aqui ontem, quarta-feira, esteve reunido com as Lideranças, e fez uma série de afirmações; entre elas, uma que parece que ele combinou com o Ver. Oliboni, dizendo que não bastam esses 100 médicos que estão sendo contratados, que são necessários outros profissionais - enfermeiros, etc., mas que não pode ser pedido tudo de uma vez só; não há orçamento que resista, e não há cofre que resista. Eu não quero transferir responsabilidade de ninguém, mas o Estado Brasileiro foi vítima de si próprio quando subestimou a crise internacional e achou que nós íamos superar uma marolinha, e nós enfrentamos um tsunami.

As receitas compartilhadas pelo Estado e Municípios tiveram uma queda de 25%, e isso se reflete no Orçamento de Porto Alegre, com relativa intensidade, e alguns Municípios brasileiros estão praticamente quebrando, porque são extremamente dependentes do FPM, do Fundo de Participação dos Municípios.

 

O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Pujol, eu quero lhe dar os parabéns pelo que o senhor está falando, porque o Secretário Eliseu Santos, mesmo com a dificuldade de dinheiro, está sempre atento às demandas de que a Cidade precisa, e, mais ainda, ele nunca, em hipótese alguma, se recusa a nos receber quando solicitamos uma audiência. Isso é verdade, Verª Sofia, porque eu pedi uma audiência, juntamente com o Ver. Todeschini e a Verª Maria Celeste, e ele prontamente atendeu.

Então, eu quero dizer que o Secretário tem feito uma força enorme, e, certamente, o Secretário não merece essa crítica que a oposição vem fazendo sempre, porque ele está atento a todas as questões que a Saúde precisa.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Obrigado, Vereador. Eu, de fato, quero dizer que eu concordo com V. Exª, na medida em que eu fiquei vivamente impressionado pelas posições demonstradas pelo Secretário da Saúde no dia de hoje, encarando com a maior naturalidade as deficiências enormes que os nossos Programas contêm, que eu penso serem vícios generalizados do processo brasileiro, pelas razões que eu até estou discutindo aqui da tribuna, no que eu entendi ser uma pequena digressão e que parece que deflagram o debate. Ora, se eu ceder aparte para os três... se acertem; eu cedo para um.

 

(Aparte antirregimental.)

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Olhem, eu prefiro as mulheres; eu sempre prefiro as mulheres, mas o Vereador não permitiu...

 

O Sr. Engenheiro Comassetto: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Pujol, eu tinha cedido o espaço à companheira Sofia, mas aqui eu quero fazer um registro: a companheira Sofia vem tentando marcar uma agenda com o Secretário da Saúde e acabou de receber uma negação daquela Secretaria.

 

(Aparte antirregimental.)

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Ele desmarcou. Então, não é bem o que o Ver. Brasinha diz. Mas o que eu quero trazer aqui é outro tema, nós estamos discutindo a LDO. O senhor trouxe o tema do SUS, do Sistema Único de Saúde e as suas responsabilidades. Este Sistema só funciona se a União, o Estado e o Município cumprirem a sua parte. O Governo do Estado, mais precisamente a Governadora Yeda, está devendo a Porto Alegre 40 milhões do Sistema Único de Saúde, para ser aplicado em nossa Cidade. Eu estou observando atentamente: na LDO não consta a Diretriz Orçamentária como verba a ingressar no Sistema no que se refere a essa dívida, inclusive do Estado. Também não vejo o Secretário, nem o Exmo. Sr. Prefeito cobrar essa dívida do Estado para o Município. Muito obrigado.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Eu agradeço o aparte de V. Exª, eu vejo que, às vezes, no discurso, acabamos confundindo as situações. Nós não podemos confundir a execução orçamentária com a Lei de Diretrizes Orçamentárias. Nós estamos falando em Diretrizes, e a sua execução, neste País, é um fiasco! É um fiasco inclusive para o Governo de V. Exª também. A execução orçamentária da União é um fiasco! Um absoluto fiasco! Então, não venham aqui querer botar defeito no Governo Fogaça como sendo o inventor do fiasco! O fiasco é generalizado! É uma ficção este Orçamento! O PAC, o Plano de Aceleração do Crescimento, não foi cumprido nem 5%, com dois anos de investimentos, com propaganda na televisão e “diabo a quatro”, e agora o Fogaça, que é Prefeito numa Cidade que é no Estado do Rio Grande do Sul, que é um Estado brasileiro - vamos lembrar que Porto Alegre é Brasil -, vive esta realidade, e aí vão cobrar do Fogaça que ele resolva aquilo que o Governo Federal assentou, como deficiência! Ora, Ver. Todeschini, pelo amor de Deus! Eu quero fazer um bom debate político. Não pensem que alguém aqui é ingênuo de desconhecer o País em que vive. Vivem mentindo para este País! Este Programa de Aceleração do Crescimento - PAC é um engodo; agora querem botar tudo nas costas do Fogaça!

 

O Sr. Carlos Todeschini: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Porto Alegre tem o pior PAC do Brasil, é o mais atrasado!

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Claro que eu sei que tem o pior PAC do Brasil, porque aqui não querem mentir, não querem levar para a opinião pública promessas que depois não se realizam. Olha, Vereador, todos nós temos um pouco de culpa nesse processo. A Constituinte brasileira, feita no que eu chamo de “porre democrático”, depois de vários anos de regime fechado, a abertura democrática ensejou que todos colocassem para fora as suas melhores intenções. Escreveram-se na Constituição Brasileira as melhores, as mais profundas e belas intenções. Agora, a prática disso, um homem que é desprezado pela nação brasileira, com exceção do Lula, que o defende - duas pessoas defendem o José Sarney, o Lula e eu. Eu, porque acho que ele teve um papel importante e histórico na transição entre o Estado fechado e a democracia aberta. Porque o Sarney já dizia que este País ia ficar ingovernável, quando se fez uma Constituição com tudo no papel, esquecendo-se de prever como seria organizado.

Sr. Presidente, ao concluir, V. Exª foi até tolerante comigo, porque fui democrático nos apartes, digo que fecho esta discussão sobre a Lei de Diretrizes Orçamentárias, entendendo, sinceramente, que, dentro das circunstâncias, o Governo foi correto, priorizou, conforme a decisão do Orçamento Participativo, a Habitação em primeiro lugar; a Educação, a Assistência Social, a Saúde, na ordem que foram dadas pelo Orçamento Participativo. Se foi errado ou não, foi a posição que o Governo se propôs respeitar, e que, democraticamente, está respeitando!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado, Ver. Reginaldo Pujol.

O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Ver. Toni Proença, na presidência dos trabalhos; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, eu estava pensando, enquanto o Ver. Pujol falava, que vim a Porto Alegre em 1976, e fico pensando, Ver. Pancinha, tem horas em que a oposição faz um debate, um discurso, dizendo que era impressionante o que eles faziam. De 1976 para cá, certamente passaram vários Prefeitos pela cidade de Porto Alegre, inclusive o Prefeito Collares que eu sempre admirei muito, e eu gostava do trabalho do Prefeito Collares, e logo depois veio a Gestão do PT, e esse Partido teve a oportunidade, por 16 anos, e eu certamente vi coisas boas que a Administração do PT fez, mas não fizeram a metade do que o Prefeito Fogaça tem feito até agora, e tenho certeza absoluta de que não fizeram a metade, pois sucatearam todas as Secretarias. A Secretaria de Saúde, quando o Secretário assumiu, não tinha condições nenhuma, Ver. Pancinha. E todos nós que estamos aqui sabemos o jeito que o Prefeito Fogaça pegou essa Prefeitura. Ela estava como naquela época em que, no Grêmio, o Presidente Kroeff assumiu, em que não tinha nem talão de cheques; assim estava a Prefeitura, estava devendo, devia tudo, e aí eles vêm com esse discurso sempre de que era bom demais, a Cidade era boa, a Cidade não tinha problemas, mas quando chovia na Cidade, enchia tudo de água. Quantas vezes nós assistimos, na Av. Goethe, jet ski, até canoas andando por ali, e aí vem o Prefeito Fogaça, que faz a obra do Conduto Forçado Álvaro Chaves, que bota dinheiro enterrado no chão, que não aparece, mas aparece para o bem da Cidade. Aí eles dão o discurso, dizendo que era boa a Cidade. Era cheia de “buraco participativo” a Cidade. Tinha “buraco participativo” por todos os lados.

Há pouco tempo, o Ver. Mauro Pinheiro chegou e disse que a Cidade está cheia de buracos. Então, eu quero fazer uma aposta com o Vereador, quero juntar todas as fotos, só de uma rua, para ele ver quantos buracos havia na época da Gestão PT, para eles virem aqui dizer que a Administração do Fogaça é ruim. Para eles, Secretário nenhum trabalha; o do DEP não trabalha, o do DMAE não trabalha, o da SMOV não trabalha. A SMOV é uma Secretaria que tem feito um trabalho espetacular na Cidade. Quando solicitam qualquer atividade, quando há qualquer necessidade numa rua, está lá a SMOV trabalhando. Esta é uma Administração que quer ver Porto Alegre crescer, não quer retroceder. O povo mostrou isso duas vezes. Se era tão boa a demanda deles, se era tão bom esse Governo por que eles são apaixonados, o povo não os tiraria, Ver. Toni Proença. Tenho certeza absoluta de que o que está bom não se muda. O mesmo aconteceu nesta Casa, tivemos um Presidente espetacular, Ver. Sebastião Melo, que fez e está fazendo um trabalho bonito. Se ele fosse um mau Presidente, nós, Vereadores, não deixaríamos ele continuar. Diga-se de passagem que a Verª Maria Celeste fez um trabalho espetacular, eu fui seu 1º Secretário, passou ao Ver. Sebastião Melo que vem conduzindo a Casa com qualidade, uma das melhores Casas Legislativas do Brasil, e eu me orgulho muito com isso, mas só que eles não entendem.

Quando o Dr. Eliseu pegou a Secretaria de Saúde, reformou vários postos de saúde, tem feito um bom trabalho, e qualquer demanda que precisarem, a Secretaria está recebendo. Vou solicitar uma audiência com o Secretário Eliseu Santos para levar a Verª Sofia, porque ela falou que não tem conseguido. Eu tenho certeza absoluta de que o Secretário vai atendê-la imediatamente.

Então, essas seriam as minhas palavras. Nós temos que reconhecer as coisas boas que acontecem em Porto Alegre, a mesma coisa que eu reconheço do Brasil. Eu gosto muito do Presidente Lula, acho um Presidente espetacular. Então, temos que reconhecer também o que é bom para Porto Alegre. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): A Verª Maria Celeste está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela oposição.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu ocupo este Tempo de Liderança, pela oposição, para fazer uma intervenção trazendo o tema da CPI instalada na Assembleia Legislativa. Mas antes de abordar esse assunto, gostaria de colocar o que foi tão defendida nesta tribuna, a LDO para 2010. Gostaria de trazer alguns dados em relação às prioridades do Município, coisa que tenho feito no meu espaço quando eu consigo a inscrição, Ver. Pujol, para a LDO. E prioritariamente a Habitação, a Assistência Social e a Saúde têm sido levantadas no Município como as grandes demandas, as grandes necessidades. Se nós pegarmos os números, os investimentos reais que aconteceram até 31 de agosto de 2009, nós vamos verificar que efetivamente os temas da Habitação, da Saúde e da Assistência Social não são prioridades no Município de Porto Alegre. E isso está claro quando a gente pega os dados da própria Prefeitura, onde se constata que o DEMHAB, que é responsável pela prioridade número um na Cidade de Porto Alegre, executou, em números e investimentos, apenas 23,8% do investimento da Cidade.

Na Secretaria de Saúde, da mesma forma. Até 31 de agosto, o investimento foi na ordem de 5,9% apenas. Essa é a prioridade do Governo Fogaça, essa é a realidade dos números, que não inventamos, que estão aí constituídos, a partir da análise do balanço da Cidade de Porto Alegre, a partir dos dados no Anuário da Cidade de Porto Alegre e a partir da LDO encaminhada aqui. Então, vamos pegar os números e vamos tratar das prioridades em cima dos números.

Mas eu gostaria de fazer uma fala em cima da questão posta na Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul no que diz respeito à CPI da Corrupção, ou CPI do PT, como muitos estão querendo colocar, querendo desqualificar, de uma forma também conservadora, preconceituosa - e, por que não dizer, machista? - à Presidenta da Comissão, minha companheira Stella Farias. Eu lamento profundamente que esteja acontecendo na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul também um boicote à Deputada Stella Farias, no bojo de uma discriminação e de um preconceito, trazendo questões, boicotando o trabalho da Assembleia em cima de uma análise equivocada e óbvia de uma estratégia do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, montando a sua tropa de choque, fazendo com que, de fato, essa CPI não saia, apesar de todos os escândalos, das denúncias veiculadas pelo Ministério Público, que horrorizaram toda a sociedade do Rio Grande do Sul.

Os Deputados assinaram o Requerimento para a implementação dessa CPI e, agora, claramente fazem um boicote. Os Deputados dos Partidos que aqui têm representação nesta Casa fazem claramente um boicote ao trabalho que precisa ser desenvolvido na CPI. Que bom que agora a juíza liberou áudios e provas que a Deputada Stella tem. E tem colocado que nas reuniões da CPI tem havido, pela segunda vez, boicote nessas reuniões da CPI. Hoje foram divulgados alguns trechos de gravações, que nós aqui não temos o áudio para escutar, mas certamente vamos ouvir, logo a seguir, pela imprensa local, pelas rádios da nossa Cidade, trechos que nos preocupam, áudios que revelam interlocuções, interlocutores reais, tratando do repasse de propina à Governadora e pagamento de contas do PSDB. Há indicações fortes da participação da Governadora, revelada através da conversa do Sr. Lair Ferst com o Marcelo Cavalcanti, morto em circunstâncias até agora não esclarecidas. O empresário revela, e através da conversa claramente conta o que a própria Governadora teria dito a ele: “O negócio é muito complicado, porque envolve muitos Partidos, e eu não quero me indispor com os Partidos”.

Tem um outro trecho que está aí, nas rádios, na Internet, em que o Sr. Lair Ferst informa ao Sr. Marcelo Cavalcanti - relato dele, dizendo da fala da Governadora. Abre aspas: “Vieram me falar que vão me dar 50 mil; se for para ganhar 50 mil, vou acabar com tudo. Pelo que estou sabendo, parece que eles estão recebendo muito dinheiro”. Estes são os trechos que estão sendo divulgados nas rádios da nossa Cidade e que comprovam, sim, literalmente, o envolvimento da Governadora do Estado do Rio Grande do Sul nesta questão posta para investigação do seu comprometimento com a corrupção no nosso Estado.

O que estamos esperando mais, Sras. Deputadas e Srs. Deputados da Assembleia Legislativa? Por que não comparecem? Por que não dão quórum às reuniões da CPI? Do que têm medo? Das revelações?

De qualquer forma, corajosamente, os Deputados da oposição estão ali, diuturnamente, escutando as revelações postas; são provas que a própria juíza entregou, são áudios que a Juíza Simone, de Santa Maria, entregou à CPI, e, portanto, está na hora, sim, de que possamos saber a verdade, conhecer a verdade, e nada mais do que a verdade.

Também quero louvar a iniciativa do Deputado Presidente da Assembleia, Ivar Pavan, quando põe para o Plenário avaliar a criação de uma Comissão pelo impeachment da Governadora. Ninguém mais no Estado do Rio Grande do Sul aguenta tanta corrupção e tanto desvio de dinheiro. Vamos juntos trabalhar, sim! Movimento social na rua! Ontem, houve manifestação na Cidade, e temos que louvar as manifestações dos homens, das mulheres e dos estudantes do nosso Estado. Chega de corrupção no Estado do Rio Grande do Sul! Impeachment à Governadora Yeda.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Dr. Raul está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. DR. RAUL: Ver. Toni Proença, na presidência dos trabalhos; Vereadores e Vereadoras, venho neste momento de Liderança do PMDB dizer, em nome do Partido e em meu nome pessoal, da nossa satisfação de ver o nosso Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense completando 106 anos de existência. O Grêmio é um patrimônio da nossa Cidade, do nosso Estado e mundial, bem como o nosso coirmão, o Sport Club Internacional. E gostaria de dizer, na pessoa do seu Presidente, Duda Kroeff, amigo pessoal - conseguimos militar juntos na área futebolística na juventude; trabalhamos no campo de futebol juntos: ele na lateral esquerda e eu no gol, então, temos essa afinidade -, e acreditamos que o Clube está em muito boas mãos e que vai chegar aonde se pretende.

Eu gostaria de falar na questão da Saúde, a que temos nos dedicado em todos esses anos, em alguns Projetos que temos em andamento aqui na Casa, que são de grande relevância para a Cidade. São Projetos para os quais eu esperaria uma agilização maior.

Eu vejo os nossos idosos com muitas dificuldades nos nossos Postos de Saúde, principalmente nas marcações de consultas. Há um Projeto no sentido de que os nossos idosos possam marcar na rede básica de saúde as suas consultas por telefone, agendar via telefone essas consultas. Isso não é uma coisa difícil de se fazer, inclusive já foi falado junto ao Secretário Municipal de Saúde, que se mostrou aberto a essa questão, porque as pessoas ficarem em filas, principalmente os idosos, os portadores de deficiências, é muito difícil. Realmente, é difícil para todo mundo, mas muito especialmente para essas pessoas. Quem não tem idosos na sua casa ou não é idoso? Enfim, temos mais de 200 mil idosos em Porto Alegre.

Com a vacina da gripe, que normalmente fazemos no início do Inverno, vacinamos praticamente 180 mil pessoas, até mais, conforme o ano. Mas ela não imuniza contra a gripe H1N1, que é o nosso novo martírio na área da Saúde pública. E, em relação a esta gripe, o que nós estamos enfrentando agora? Nós vínhamos enfrentando morte de muitas pessoas. Nós temos praticamente a confirmação de 200 óbitos pela gripe, e, com certeza, esse número é muito maior. Por quê? Porque as pessoas que têm esses óbitos confirmados é porque foram notificadas, é porque fizeram exames. E, com certeza, um número muito grande de pessoas faleceu por pneumonia, em decorrência da gripe ou porque a coleta do material não chegou a ser feita ou foi feita de forma inadequada. O vírus deve ser muito bem coletado para ser detectado; de repente, uma coleta que não tenha sido tão bem-feita pode gerar alterações na detecção vírus. Então, nós temos, na realidade, uma epidemia de uma dimensão muito grande, que, graças ao que foi feito pela área da Saúde pública, eu diria, graças a Deus, diminuiu também. Nós não podemos é ficar com os braços cruzados.

Eu atendo em Posto de Saúde de periferia, e nós continuamos verificando que, de cada dez pessoas, duas estão gripadas. No auge da epidemia, eu diria que cheguei a atender, de cada dez pessoas, seis estavam com sintomas fortes da gripe. Pessoas, muitas delas, que tiveram de ir ao hospital, muitas já vêm retornando aos Postos de Saúde, tratadas, enfim. E, agora, se prevê uma segunda onda, que é o que ocorre com as epidemias mundiais. Então, nós temos de ficar alertas e não podemos deixar que haja uma paralisia. Aqui na Casa se tomaram algumas medidas, toda a comunidade tomou algumas medidas. E, hoje, eu diria que, com o verão se aproximando, talvez, a gripe também deve amainar; mas devemos manter os hábitos que nós adquirimos, muitos que a sociedade não vinha fazendo, como o uso do álcool em gel, como a limpeza frequente das mãos, como o arejamento dos ambientes, isso é de extrema relevância para todos nós.

E, também, na área da criança, acho extremamente importante um Projeto que tenho aqui que amplia o PIM - o Programa Primeira Infância Melhor - no Município de Porto Alegre, para que nós possamos dar às nossas crianças uma condição de vida melhor, que possam ser mais bem orientadas, tratadas, que tenham um desenvolvimento neurológico melhor e que nós formemos cidadãos e cidadãs melhores para o futuro. Este é o nosso objetivo. Saúde para todos! Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Eu não podia apartear o nosso ilustre Líder do PMDB, pois ele estava em liderança. Ele fez uma referência ao aniversário do Grêmio Porto-alegrense e eu quero dar uma informação a ele e à Casa: o Ver. Alceu Brasinha está programando para quinta-feira uma Sessão solene de homenagem ao Grêmio, à qual iremos comparecer com a devida gravata azul, já que não podemos estar com a camiseta, porque não é permitido pelo Regimento.

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Muito obrigado, Ver. Reginaldo Pujol. A Sessão que o Ver. Reginaldo Pujol se refere será no dia 25, neste plenário.

Visivelmente, não há quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 17h50min.)

 

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